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Projeções para produção industrial desabam no governo Bolsonaro

A derrocada ocorre em um ambiente de baixo crescimento da economia e alto desemprego

 

A projeção é de retração de 0,29% da produção industrial em 2019. (Reuters)

Em pouco mais de oito meses, as projeções para a produção industrial despencaram no Brasil. Dados do Relatório de Mercado Focus, divulgado nesta segunda-feira (9) pelo Banco Central (BC), mostram que os economistas do mercado financeiro passaram a projetar retração de 0,29% da produção industrial em 2019. No início do governo de Jair Bolsonaro, a expectativa era de crescimento de 3,17% para este ano.

A derrocada das projeções para a indústria brasileira ocorre em um ambiente de baixo crescimento da economia e alto desemprego, o que prejudica a demanda por produtos industriais. Considerando o conjunto da economia, as projeções dos economistas indicam elevação de apenas 0,87% para o Produto Interno Bruto (PIB) em 2019.

No início do ano, o porcentual esperado era de 2,53%. No caso específico da indústria, a expectativa é de crescimento de apenas 0,32% do PIB este ano. Há oito meses, era de 2,80%.

Na semana passada, números do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) já haviam indicado queda da produção industrial em 15 das 26 atividades econômicas monitoradas em julho. O índice geral de produção caiu 0,3% em julho, em relação a junho, e acumulou baixa de 1,7% em 2019 até julho.

De acordo com o IBGE, após recuar 8,3% em 2015 e 6,4% em 2016, a produção industrial avançou 2,5% em 2017 e 1,0% em 2018. Agora, as estatísticas mais recentes e as projeções no Focus indicam que o Brasil caminha, de fato, para fechar mais um ano de retração da indústria.

Estimativa para o câmbio

O relatório de mercado Focus divulgado pelo Banco Central, mostrou alteração no cenário para a moeda norte-americana em 2019. A mediana das expectativas para o câmbio no fim deste ano foi de R$ 3,85 para R$ 3,87, ante R$ 3,75 de um mês atrás. Para o próximo ano, a projeção para o câmbio passou de R$ 3,82 para R$ 3,85, ante R$ 3,80 de quatro pesquisas atrás.

Selic

Os economistas do mercado financeiro mantiveram suas projeções para a Selic (a taxa básica de juros) no fim de 2019. O Relatório de Mercado Focus trouxe nesta segunda-feira, 9, que a mediana das previsões para a Selic este ano seguiu em 5% ao ano. Há um mês, estava no mesmo patamar. Já a projeção para a Selic no fim de 2020 permaneceu em 5,25% ao ano, ante 5,50% de quatro semanas atrás.

No caso de 2021, a projeção seguiu em 7%, igual a um mês antes. A projeção para a Selic no fim de 2022 permaneceu em 7%, mesmo porcentual de quatro semanas antes. No fim de julho, o Copom anunciou o corte da Selic de 6,50% para 6% ao ano. Foi a primeira queda após 16 encontros em que o colegiado manteve a taxa básica estável.

Ao justificar a decisão, o Banco Central reconheceu uma evolução no cenário básico e no balanço de riscos para a inflação. Além disso, sinalizou que devem ocorrer cortes adicionais da taxa. As projeções mais recentes do BC, considerando o cenário de mercado apontam para inflação de 3,6% em 2019 e 3,9% em 2020 – dentro das metas estabelecidas para esses anos.

No grupo dos analistas consultados que mais acertam as projeções (Top 5) de médio prazo, a mediana da taxa básica em 2019 seguiu em 5,00% ao ano, igual a um mês antes. No caso de 2020, permaneceu em 5,00%, ante 5,13% de quatro semanas atrás.

A projeção para o fim de 2021 no Top 5 foi de 7% para 6,50%. Há um mês, estava em 7%. Para 2022, a projeção do Top 5 passou de 7% para 6,50% ao ano, ante 7% de um mês antes.

 

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