Diretórios nacionais do PSL gastaram R$ 420 mil, parte com dinheiro público, para a confecção de 10,8 milhões de santinhos, adesivos, panfletos e outros materiais da campanha.
foto de :Marcelo Camargo/Agência Brasil
A campanha de Jair Bolsonaro durante as eleições de 2018 foi mais cara do que o presidente declarou oficialmente à Justiça Eleitoral. Levantamento feito a partir das notas fiscais que fazem parte da prestação de contas dos 27 diretórios nacionais do PSL mostra que R$ 420 mil foram usados para a confecção de 10,8 milhões de santinhos, adesivos, panfletos e outros materiais da campanha. Parte do dinheiro, inclusive, corresponde a verba pública do fundo eleitoral. Apesar de entregar as notas fiscais à Justiça, os diretórios estaduais do PSL não vincularam o gasto diretamente à campanha de Bolsonaro. O presidente também não declarou, em sua prestação de contas, o recebimento dos santinhos.
Além disso, Bolsonaro sempre negou ter utilizado dinheiro público em sua campanha. No entanto, o dinheiro gasto clandestinamente em 2018 pode ser ainda maior, já que em algumas situações as notas fiscais listam o material eleitoral produzido sem especificar quais candidatos foram beneficiados. De acordo com reportagem da Folha de S.Paulo, esses R$ 420 mil equivalem a 17% de tudo o que Bolsonaro declarou à Justiça como gasto de sua campanha, R$ 2,46 milhões. No sistema de prestações de contas eleitorais do TSE, não é possível identificar a quantidade exata de dinheiro público embutida nos R$ 420 mil.
No entanto, sabe-se que os gastos dos diretórios de Minas Gerais, comandando à época pelo ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio, e do Paraná são totalmente oriundos do fundo eleitoral, que em 2018 destinou R$ 1,7 bilhão aos candidatos.
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