A reeleição de Trump corre perigo; ele rasgou o compromisso com eleitores; prometeu tirar os EUA das guerras e não conseguiu; caiu na armadilha de Israel e do Pentágono, senhor da guerra; recebeu dos judeus bilhões de dólares para sua eleição a fim de sair do acordo nuclear de 2015 e anular o Irã, como desejam os israelenses
9 de janeiro de 2020, 12:22 h
Foto: REUTERS/Leah Millis)
A reeleição de Trump corre perigo; ele rasgou o compromisso com eleitores; prometeu tirar os EUA das guerras e não conseguiu; caiu na armadilha de Israel e do Pentágono, senhor da guerra; recebeu dos judeus bilhões de dólares para sua eleição a fim de sair do acordo nuclear de 2015 e anular o Irã, como desejam os israelenses; não deu certo; o Irã se fortaleceu, ao aliar-se à China e Rússia, atraiu o Iraque e desbancou o Estado Islâmico terrorista, financiado por Washington; a arapuca de Trump para matar Suleimani, vitorioso ao derrotar os terroristas, apoiados pelos Estados Unidos, criou tensão global, rachou a Europa em relação à política externa americana e fortaleceu seus adversários: Rússia, China e, claro, Irã.
Lambança trumpiana federal. Agora, pressionado por todos os lados, o presidente americano, sem reconhecer que deu mancada ao sair do acordo de 2015, propõe novo acordo, que leva as mesmas coordenadas do acordo que abandonou, para satisfazer Israel e tentar fragilizar o Irã; os europeus e o Congresso americano pressionam pelo retorno dos termos do antigo acordo, para evitar escalada guerreira; o clima de instabilidade mundial decorrente da recaída de Trump nos braços dos generais da guerra, aliado de Israel, evidencia o titular da Casa Branca como traidor de compromisso com seu eleitorado. Soma-se a isso a sua fragilidade relativa por estar enfrentando processo de impeachment, passível de levar outra punição, já que resolveu apertar o gatilho da guerra sem pedir autorização ao Congresso; o loirão está enroladíssimo; caiu no conto do vigário do seu amigo da onça, Benjamin Netanyahu; só quem o apoia, nesse momento, pelo que sabe, é Bolsonaro, que, com Trump desmoralizado, também, desmoraliza-se. Com sua base de apoio rachada, Washington, igualmente, está dividida; não há unidade entre os republicanos e os democratas aproveitam o novo calcanhar de Aquiles de Trump, para derrotá-lo nas urnas em outubro.
Europa apavorada
Os europeus temem, principalmente, uma ação estratégica de fechamento do estreito de Ormuz, pelo Irã, com apoio de China, Rússia, Irã, Venezuela etc; abalaria a economia mundial; desorganizaria as finanças globais e estremeceria o dólar como moeda de referência internacional. Haveria valorização das moedas dos países produtores de petróleo(Rússia, Irã, Arábia Saudita, Venezuela, México, Brasil, Canadá, Iraque etc), oxigênio do capitalismo, em relação ao dólar; sem garantia real, fragilizado pelo excesso de derivativos de dólar, que circulam no mundo, tensionando implosão monetária, a moeda de Tio Sam, caso enfrente novo crash tipo 2008, entraria em bancarrota. O fato é que os aliados de Washington, de repente, percebem-se vulneráveis, com a jogada geopolítica equivocada de Tump; a Europa é mais prejudicada; os Estados Unidos ainda se abastecem de petróleo no Canadá, no México, na Venezuela(em termos), no Brasíl, se a situação do Oriente Médio levar ao fechamento do mercado de petróleo; a Europa, porém, bloqueado, temporariamente, o estreito de Ormuz, que seja por uma semana, apenas, entraria em colapso; haveria interrupção da circulação de mercadorias no golfo pérsico e os preços explodiriam. Macron, França, e Merkel, Alemanha estão indignados com Trump; o maluco de Washington, ao cair no conto do vigário de Netanyahu, jogou o mundo em crise nuclear ao deixar o acordo de 2015; agora, expulso do Iraque pelo parlamento iraquiano, Trump pressiona a Europa a mandar soldados ao Oriente Médio, dar retaguarda aos americanos, alvos de bombas e misseis; quem se habilita a ficar ao lado de companhia dessa natureza?
Defesa furada
Além do mais ficou comprovado que o sistema de defesa de Tio Sam não é lá aquela brastemp; os patriots não conseguiram sequer interceptar os mísseis iranianos lançados pelos aiatolás na embaixada americana no Iraque, como retaliação pelo assassinado de Suleimani. Trump, politicamente, fragilizado, inverso do que ocorrera, até quando resistiu às armadilhas do Deep State e de Israel, transforma-se no estadista desastrado, do qual ninguém quer ficar por perto, para não ser prejudicado nas relações econômicas internacionais; só Bolsonaro se dispõe a tal tarefa ingrata.