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Problema das secas no Rio Grande do Sul foi diagnosticado há 80 anos

As secas que ocorrem no Rio Grande Sul, causando grandes perdas nas lavouras de verão, constituem um fenômeno diagnosticado há quase 80 anos.
 
 
 
 
 
 
Um estudo de 1942, feito por uma equipe de técnicos da Secretaria da Agricultura, coordenada pelo geólogo Mariano Sena Sobrinho, analisou dados climáticos de mais de um século e constatou que há uma regularidade na ocorrência das estiagens no Estado. Segundo o estudo, a queda no volume de chuva, que provoca severas estiagens, é um fenômeno cíclico, que se repete em períodos de seis ou sete anos. Além de investigar as causas e identificar a regularidade das ocorrências, o estudo aponta as possíveis soluções, que seriam bastante simples: poços artesianos, açudes, canais de irrigação (na época, ainda não havia o sistema de pivôs, como atualmente). Além da periodicidade, o estudo constata que a falta de chuva nesse período e nessas regiões tem duração limitada, em torno de 30 dias.
 
A irrigação, portanto, seria uma providência suplementar, necessária apenas nos momentos mais críticos. Pelos dados disponíveis, é possível concluir que o estudo, apesar da sua importância, não foi levando em conta. Atualmente, segundo a secretaria da Agricultura, as lavouras de verão, soja e milho principalmente, ocupam mais de 7 milhões de hectares no Estado. Já a irrigação não alcança mais de 170 mil hectares dessas áreas. Mais grave: metade dessa área se tornou irrigada depois de 2011, quando uma seca prolongada provocou a perda de quase metade das safras e o governo lançou, no ano seguinte, o programa “Mais água, mais renda”. Desde 1942, data do estudo referido. ocorrerem pelo menos 12 períodos de estiagem no Estado. Não há cálculo sobre as perdas acumuladas nesses quase 80 anos, mas com certeza mais do que compensariam um programa de irrigação amplo.
 
Secretaria fala em emergência
 
O secretário em exercício da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural (Seapdr), Luiz Fernando Rodriguez Júnior, apresentou nesta quinta-feira (9), durante reunião no auditório da Federação das Associações de Municípios do Rio Grande do Sul (Famurs), medidas de emergência que a pasta deverá encaminhar nos próximos dias para mitigar os efeitos da estiagem que persiste por todo o Estado. “Desde o dia 3 de janeiro a secretaria instituiu o comitê de acompanhamento da estiagem para pensar em soluções. Uma delas é unificar as análises agroclimáticas da secretaria, do Irga e da Emater-RS, elaborando boletins semanais que abordem o impacto das condições climáticas nas culturas do período, de forma que os municípios possam se planejar com informação qualificada”, detalhou o secretário. A secretaria deverá encaminhar ofício ao Ministério da Agricultura solicitando a prorrogação do zoneamento das culturas afetadas pela seca. “Estamos atendendo a um pleito de diversas entidades como Fetag, Farsul, além das prefeituras”, destacou Rodriguez.
 
Também junto ao governo federal, a pasta buscará a redução do custo do seguro rural e o aumento da cota disponível para o Rio Grande do Sul. No âmbito estadual, a secretaria deverá solicitar uma reprogramação financeira para a aquisição de volume extra de 15 mil sacas de milho para atender ao programa Troca Troca de Sementes. “Também devemos encaminhar ao governador um pedido para estender o prazo de emissão de licenciamento ambiental do programa Mais Água Mais Renda, que vence em abril. Pelo programa, o licenciamento para um sistema de irrigação é de 30 dias”, explicou o secretário.
 
Estimular a implantação de projetos de irrigação é uma estratégia para contornar futuras estiagens. “Sempre teve restrição hídrica nessa época, e em diversos exercícios não tivemos uma restrição tão severa. Por isso houve uma redução muito substancial na procura pelos projetos de irrigação”, avaliou. Para agilizar os laudos relativos ao Programa de Garantia da Atividade Agropecuária (Proagro), a Emater-RS deverá realocar técnicos para municípios que tenham um volume maior de solicitantes. O Proagro garante a exoneração de obrigações financeiras relativas a operações de crédito rural cuja liquidação seja dificultada pela ocorrência de fenômenos naturais, pragas e doenças que atinjam rebanhos e plantações.
 
(Com informações da Assessoria)
 
 
 
Jornal JA-Poa