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Roberto Alvim cita ministro nazista Joseph Goebbels e gera onda de indignação

Secretário disse que o governo pretende conduzir a cultura e a arte no Brasil de forma ‘alinhada com as transformações políticas do Brasil’, em referência à eleição de Bolsonaro
 
 
 
Alvim e Goebbels: unidade em discurso que a arte e cultura deve está subordinada à política (Clara Angeleas e WikipediaCommons)
 
 
 
 
 
Em vídeo em que anuncia o Prêmio Nacional das Artes, o secretário de Cultura, Roberto Alvim, ao som de Richard Wagner, cita textualmente trechos de um discurso do ideólogo nazista Joseph Goebbels. “A arte brasileira da próxima década será heróica e será nacional. Será dotada de grande capacidade de envolvimento emocional e será igualmente imperativa, posto que profundamente vinculada às aspirações urgentes de nosso povo, ou então não será nada”, diz Alvim no vídeo. “A arte alemã da próxima década será heróica, será ferreamente romântica, será objetiva e livre de sentimentalismo, será nacional com grande páthos e igualmente imperativa e vinculante, ou então não será nada”, disse Goebbels em pronunciamento para diretores de teatro, de acordo com o livro Goebbels: a Biography, de Peter Longerich.
 
 
A música ao fundo do discurso de Alvim é um trecho da ópera Lohengrin, de Richard Wagner, predileta por Adolf Hitler, citada na autobiografia do ditador como de importância capital em sua vida. No texto, o secretário revela que a cultura brasileira deve ter inspiração nacional e religiosa. A ‘coincidência’ entre o texto de Alvim de Goebbels gerou uma onde de reprovações nas redes sociais. Até mesmo aliados do presidente Bolsonaro, como o escritor Olavo de Carvalho, criticaram o texto do secretário. Cultura deve ser ‘alinhada’ Na noite dessa quinta (16), Roberto Alvim, reafirmou o discurso ao participar da a transmissão online que acontece todas as quintas-feiras na página do Facebook do presidente. Ele disse que o governo pretende conduzir a cultura e a arte no Brasil de forma "alinhada com as transformações políticas do Brasil", em referência à eleição de Bolsonaro para a Presidência da República. Alvim disse que em 2020 haverá uma "virada histórica, vai ser o ano do renascimento da arte e da cultura no Brasil".
 
O secretário da Cultura também disse que o governo vai criar editais para obras audiovisuais que versem "sobre a Independência do Brasil e sobre grandes figuras históricas brasileiras". Alvim disse que quer promover um "cinema sadio, ligado aos valores da sociedade brasileira e alinhado ao conservadorismo em arte". Censura Na transmissão pelo Facebook, o presidente Bolsonaro se defendeu de eventuais acusações de que estaria censurando obras culturais. "Nós nunca censuramos nada, mandei suspender editais, mas não é censura". Segundo Bolsonaro, uma obra só é alvo de suspensão quando a "coisa não condiz com a cultura brasileira". O presidente aprovou as iniciativas anunciadas pelo secretário Roberto Alvim e disse ver com bons olhos os incentivos ao "conservadorismo em arte", do qual falou o secretário. "Vamos contar a verdadeira história do Brasil, vamos falar a verdade. A verdade acima de tudo", defendeu Bolsonaro.
 
 
 
 
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