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Desmatamento na Amazônia atinge nível recorde no primeiro trimestre de 2020

Aumento em relação ao mesmo período de 2019 chega a 51% e atinge áreas protegidas.

 

Área desmatada no Pará, segundo estado com maior destruição de florestas (Marcio Isensee e Sá/O Eco)

 

Duda Menegassi

O Eco

 

 

O primeiro trimestre de cada ano costuma ser o que apresenta os níveis mais baixos de desmatamento na Amazônia, devido às chuvas fortes que marcam o inverno amazônico e dificultam a propagação de incêndios e a própria operação de desmate. Este ano, entretanto, nem a chuva impediu que o desmatamento na Amazônia Legal entre janeiro e março alcançasse a marca recorde para o período de 796,08 quilômetros quadrados, de acordo com os alertas do sistema Deter, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Os 796 quilômetros quadrados desmatados no trimestre, o equivalente a quase 80 mil campos de futebol oficiais, representam um aumento de 51% em relação aos três primeiros meses de 2019 e um recorde para o período desde que o Deter adotou a metodologia atual, há cinco anos. “O mais preocupante é que no acumulado de agosto de 2019 até março de 2020, o nível do desmatamento mais do que dobrou. Isso é o mais preocupante”, ressalta o coordenador-geral do Projeto de Mapeamento Anual da Cobertura e Uso do Solo no Brasil (MapBiomas), Tasso Azevedo.

Entre agosto de 2019 e março de 2020, período referência para o cálculo da taxa anual de desmatamento, o acumulado foi de 5.260,18 quilômetros quadrados de área desmatada. No período anterior do ano anterior, entre agosto de 2018 a março de 2019, o acumulado foi de 2.525,5 quilômetros quadrados. “Esse aumento no primeiro trimestre tem muito a ver com o ritmo que o desmatamento vinha já desde o ano passado por conta de todas as políticas que afrouxaram a fiscalização, das restrições que houve às operações de fiscalização, da redução do número de multas e tudo mais. O que estamos vendo é um reflexo disso”, analisa o coordenador. Os estados que lideraram o desmatamento no primeiro trimestre de 2020 foram o Mato Grosso, com 267,07 quilômetros quadrados desmatados, e o Pará, com 257,24 quilômetros quadrados.

No Pará também está o município que mais desmatou no trimestre, Altamira, onde foram detectados quase 90 quilômetros quadrados de perda de cobertura florestal. Amazonas, Roraima e Rondônia completam o pódio dos cinco estados que mais derrubaram florestas entre 1º de janeiro e 31 de março de 2020. No ranking das áreas protegidas da Amazônia brasileira com maiores índices de desmatamento em primeiro está a Floresta Nacional do Jamanxim (5,43 quilômetros quadrados), seguida pela Área de Proteção Ambiental do Tapajós (5,11 quilômetros quadrados), ambas unidades de conservação localizadas no Pará e, em terceiro, a Reserva Extrativista Chico Mendes, no Acre (3,53 quilômetros quadrados). O coordenador do MapBiomas esclarece que os dados levantados pelo Deter mostram o quanto de desmatamento foi detectado nesses meses e não o que efetivamente foi desmatado no período. “Um desmatamento pode ter começado em outubro e terminado em fevereiro, mas o Deter só conseguir detectá-lo em março”. Matéria originalmente publicada em O Eco.

 

 

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