Este ano o Brasil deve alcançar pela primeira vez a média mundial de consumo de ovos, 230 por pessoa ao ano, quase o dobro do que era consumido no país há dez anos.
Essa mudança está relacionada ao alto preço das outras proteínas animais, como carne ou frango. A grande demanda da China e dos Emirados Árabes na carne bovina, aumentou o número da exportação brasileira, o que, de acordo com especialistas, tem deixado os preços salgados para o consumidor no Brasil. A dona de casa Maria Torres explica que, além de gostar do sabor, hoje, devido ao preço, acaba optando por comprar ovos em vez de carne. “Hoje, com a diferença do preço, não tem como competir. Claro que compro carne, mas muito menos que antes. A solução é comprar ovos, até porque combina com tudo”, explicou Maria. Apesar de o alimento ser conhecido por ser altamente nutritivo e por compor a dieta de atletas, será que a troca pode suprir as necessidades do corpo humano?
A nutricionista Paula Castro explica que tanto a clara quanto a gema possuem propriedades que produzem diversos benefícios à saúde física e mental das pessoas. “O ovo é um alimento muito prático, ingrediente essencial em muitas receitas típicas da nossa culinária, além de uma riquíssima fonte de proteínas a baixo custo”, explicou Paula. Porém, a nutricionista ressalta que, ao contrário do que muitos pensam, o ovo não é o melhor alimento para substituir a carne. Ela diz que manter uma alimentação variada, com legumes, feijão e cereais, como o arroz, podem formar uma combinação ideal de aminoácidos essenciais. Também são importantes aquelas proteínas que o corpo não produz e que devem ser obtidos pela alimentação ou suplementação, como grão-de-bico, ervilha, lentilha e soja, que são ótimas fontes de proteína vegetal, vitaminas e minerais, como o ferro.
Em pesquisas feitas por cientistas chineses e ingleses da Universidade de Pequim e da Universidade de Oxford, num período de 9 anos, foram estudadas 416 mil pessoas. O resultado comprovou que as pessoas que ingerem um ovo por dia reduzem os riscos de doenças cardiovasculares significativamente. O empresário Lucas Conti, de 34 anos, relata que, em seu mercado, houve grande alteração tanto na procura por ovos quanto no preço.
“Claro que o aumento do consumo do ovo tem a ver com o alto valor da carne, mas hoje as pessoas sabem que o ovo faz bem à saúde e,além disso, é utilizado para tudo. Todas essas circunstâncias fazem com que o preço aumente. Até esse mês, o preço de uma caixa com cem ovos era de R$ 85, agora aumentou para R$ 88”, explica Conti. Thiago Nascimento e Quênia Vieira são proprietários de uma hamburgueria na cidade e relatam que os ovos têm caído no gosto das pessoas. “Até mesmo nos lanches que não vão ovos, hoje as pessoas estão pedindo para adicionar”, explica Quênia. “É uma opção que agrada a quase todos.”
Jornal de Jundiaí///
