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São Paulo e Brasília são palco de manifestações pró e contra Bolsonaro

Atos foram realizados em locais diferentes para evitar conflitos, tendo presença policial. Grupos autointitulados antifascistas e pró-democracia, que reúnem diferentes movimentos de esquerda, participam de ato contra o presidente Jair Bolsonaro, na avenida Paulista, em São Paulo, na tarde deste domingo (14) (Taba Benedicto/Estadão Conteúdo/Direitos Reservados) Manifestantes favoráveis e contrários ao presidente Jair Bolsonaro foram às ruas neste domingo (14), em São Paulo, em atos realizados em locais distintos e acompanhados de perto pela polícia. Em maior número, o grupo de oposição a Bolsonaro marchou pela Avenida Paulista após concentração em frente ao Masp. O ato foi convocado por grupos populares e contou com a participação de torcedores de times de futebol de São Paulo, como tem ocorrido nos últimos domingo. Manifestantes levaram cartazes em defesa da democracia e pediram o impeachment do presidente da República, que é alvo de dezenas de pedidos de afastamento apresentados à Câmara dos Deputados. Uma enorme faixa "Fora Bolsonaro" foi aberta na avenida. O protesto a favor do presidente ocorreu nos arredores do Viaduto do Chá, perto da sede da Prefeitura de São Paulo. Participantes levaram cartazes com críticas ao governador de SP, João Doria (PSDB), um dos principais adversários políticos do presidente.

Assim como no fim de semana passado, os atos foram realizados em locais diferentes para evitar conflitos, depois de terem sido registrados tumultos em atos no fim do mês passado, em que a polícia usou bombas de efeito moral para evitar que grupos favoráveis e contrário ao presidente entrassem em confronto na Avenida Paulista. Policiais militares estavam presentes em ambos as manifestações deste domingo, mas não houve registro de ocorrências. Imagens exibidas ao vivo pela Globonews por volta das 15h mostraram um número maior de manifestantes no ato contra o presidente do que na manifestação dos apoiadores. A Polícia Militar não divulgou estimativas de presentes. Apesar de a maioria dos manifestantes estar usando máscara, os protestos resultaram em aglomerações, o que contraria recomendação das autoridades de saúde para frear a disseminação da Covid-19, doença respiratória causada pelo novo coronavírus.

Ministro da Educação

Neste domingo também houve um ato de apoio ao presidente em Brasília, onde manifestantes se reuniram em frente ao quartel-general do Exército e levaram cartazes defendendo o fechamento do Congresso e do Supremo Tribunal Federal (STF). Os apoiadores de Bolsonaro não puderam se reunir na Esplanada dos Ministérios, como costumam fazer aos domingos, uma vez que o governo do Distrito Federal fechou o local para carros e pedestres.

Quem esteve presente no ato pró-Bolsonaro foi o ministro da Educação, Abraham Weintraub. Ele se reuniu com cerca de 15 manifestantes bolsonaristas que furaram o bloqueio na Esplanada dos Ministérios e permaneciam em um espaço em frente ao Ministério da Agricultura. Pouco tempo depois, Weintraub retornou para fornecer frutas para que o grupo se alimentasse. "Querem tirar a nossa liberdade, não podemos nos locomover, não podemos mais educar a nossa família como queremos educar, não podemos falar o que a gente pensa e não podemos nem mais trabalhar. Tiraram todos os direitos do Brasil e isso não foi de uma hora para outra. Isso foi gradualmente acontecendo", disse o ministro aos manifestantes. Weintraub voltou a dizer que há um movimento para calar a "liberdade de expressão" dos manifestantes bolsonaristas. "A liberdade de expressão é a primeira coisa que temos que defender. Se eles nos calarem, eles vão escravizar todo mundo nesse país", completou.

O ministro da Educação voltou a criticar os cursos universitários de áreas Humanas. "Eu, como brasileiro, quero ter mais médicos, mais enfermeiros, mais engenheiros, mais dentistas. Eu não quero mais sociólogos, antropólogos", acrescentou. Em vídeo publicado no Facebook pela página "Movimento Avança Brasil", Weintraub parece em um círculo de pessoas, a maioria sem o uso máscaras contra a propagação da covid-19. Instado pelos manifestantes, Weintraub evitou comentar sobre decisões recentes do Supremo Tribunal Federal (STF).

"Eu sou ministro do Executivo, e não posso aumentar a pressão que já existe. Eu não tenho autorização do presidente (Bolsonaro) para me posicionar contra um ministro (do STF). É o que eu posso dizer. Vamos manter a tranquilidade, seguir as leis seguir o que manda estritamente a Constituição. A Constituição tem que ser seguida ao pé da letra", afirmou. Nas gravações feitas pelos manifestantes bolsonaristas, Weintraub também aproveitou para se defender das acusações contra ele feitas em inquérito instaurado pelo próprio STF. "Eu não cometi uma única ação fora da lei até o momento. Se eu tivesse feito alguma coisa, um contrato errado, se eu tivesse qualquer coisa já teriam me pendurado de ponta-cabeça naquela árvore. Não falta mídia me querendo me pegar, fora pessoas com muito poder em Brasília", acrescentou.

O ministro também orientou os manifestantes a não cometerem atos ilegais durante os protestos a favor do governo. "Não pisem fora da linha, façam tudo dentro da lei, que nós vamos ganhar essa batalha", completou. Weintraub pediu orações aos manifestantes e disse saber que "o outro lado" faria "macumba" contra ele. O ministro da Educação gravou ainda mensagens pedindo seguidores para páginas, entre elas a do autointitulado "Professor Opressor". Ele também listou ações feitas pela pasta, como o aumento de bolsas de estudo em cursos de Medicina.

 

 

Reuters/Agência Estado/Dom Total///