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Fabrício Queiroz, ex-assessor de Flávio Bolsonaro, é preso pela polícia em SP

Queiroz é investigado por esquema criminoso suspeito de lavar mais de R$ 2 milhões no gabinete do então deputado estadual Flávio Bolsonaro,

 

OPERAÇÃO ANJO

 

 

O ex-policial militar e ex-assessor do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) Fabrício Queiroz foi preso na madrugada desta quinta-feira (18) em Atibaia (SP). Ele estava no imóvel do advogado do filho do presidente Jair Bolsonaro, Frederick Wassef, que também defende o presidente. Ele foi preso com mandados expedidos pela Justiça do Rio de Janeiro no âmbito da operação do Ministério Público que investiga o esquema de "rachadinha" na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj). A prisão foi feita na Operação Anjo, da Polícia Civil e o Ministério Público de São Paulo e do Rio de Janeiro. Segundo quebra de sigilo bancário obtida pelo Ministério Público do Rio de Janeiro, o ex-assessor parlamentar Fabrício Queiroz recebeu R$ 2.062.360,52 por meio de 483 depósitos feitos por assessores subordinados ou indicados pelo senador. Os valores foram transferidos por 13 servidores do gabinete do parlamentar e constam no relatório da promotoria sobre a operação de buscas e apreensões conduzidas nessa quarta-feira (18).

O relatório do MP aponta que chegou ao valor após analisar as movimentações financeiras de Queiroz após afastamento do sigilo bancário do ex-assessor parlamentar, decretada em abril deste ano e que atingiu, inclusive, o próprio senador Flávio Bolsonaro. Queiroz começou a ser investigado pelo Ministério Público Estadual do Rio de Janeiro após um relatório do Coaf, em dezembro de 2018, apontar movimentação atípica em sua conta de R$ 1,2 milhão. Em abril de 2019, a Justiça do Rio de Janeiro determinou a quebra do seu sigilo fiscal e bancário, do senador Flávio Bolsonaro, e de outras 84 pessoas e nove empresas entre 2007 e 2018. O senador Flávio Bolsonaro disse em sua conta no Twitter que encara com tranquilidade a prisão de seu ex-assessor e afirmou que faz parte de um movimento para atacar seu pai, o presidente Jair Bolsonaro. "Encaro com tranquilidade os acontecimentos de hoje. A verdade prevalecerá! Mais uma peça foi movimentada no tabuleiro para atacar Bolsonaro. Em 16 anos como deputado no Rio nunca houve uma vírgula contra mim. Bastou o presidente Bolsonaro se eleger para mudar tudo! O jogo é bruto!", escreveu o senador.

Ação no escritório do advogado

De acordo com a Polícia Civil do Rio de Janeiro, o imóvel em Atibaia, cidade do interior de São Paulo, é do advogado Frederick Wassef, que representa inclusive o presidente da República, Jair Bolsonaro. Segundo confirmou o delegado da Polícia Civil de São Paulo Osvaldo Nico Gonçalves, os caseiros do imóvel afirmaram, durante a operação, que o ex-assessor estaria na residência há cerca de um ano. Em setembro passado – quando, segundo a polícia, o ex-assessor já estaria no imóvel do advogado -, Wassef negou saber sobre o paradeiro de Queiroz, durante uma entrevista à jornalista Andreia Sadi, na GloboNews. Wassef representou Jair Bolsonaro em casos recentes, como no caso Adélio Bispo, após a facada sofrida pelo presidente durante a campanha de 2018, e no caso envolvendo o porteiro do condomínio do presidente. A prisão de Queiroz foi "tranquila", segundo o delegado Nico Gonçalves, da Divisão de Capturas da Polícia Civil. O mandado cumprido, segundo a Polícia Civil de São Paulo, foi de prisão preventiva, determinada pela Justiça do Rio. Queiroz teve a prisão lavrada em São Paulo, mas será transferido até o fim desta manhã para o Rio, onde será ouvido. Também foi expedido um mandado de prisão contra a ex-mulher de Queiroz, Márcia Aguiar. Em nota, o MP-SP relata que o Gaeco foi responsável por levantar informações sobre o terreno no município paulista e pela confirmação do alvo da operação. Os mandados de prisão e de busca e apreensão foram expedidos pela Justiça do Rio de Janeiro a pedido do Gaeco do Ministério Público fluminense. A promotoria informa ainda que Queiroz será transferido para o Rio ainda nesta quinta-feira (18). O ex-assessor foi levado para a capital paulista.

Servidores da Alerj

Além de Queiroz, a operação mira o servidor da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) Matheus Azeredo Coutinho, os ex-funcionários da casa Luiza Paes Souza e Alessandra Esteve Marins e o advogado Luis Gustavo Botto Maia. Contra outros suspeitos de participação no esquema, a Justiça fluminense decretou medidas cautelares que incluem busca e apreensão, afastamento da função pública, o comparecimento mensal em Juízo e a proibição de contato com testemunhas. A operação também teve como alvo uma atual assessora do senador Flávio Bolsonaro. Trata-se de Alessandra Esteves Marins, que exerce um cargo de confiança no gabinete do parlamentar, com salário de R$ 8.996,28, e trabalhou com Flávio na Alerj. Alessandra é lotada no escritório de apoio do senador que fica no bairro da Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro.

 

 

 

Redação Dom Total///