Cotação do dia

USD/BRL
EUR/USD
USD/JPY
GBP/USD
GBP/BRL
Trigo
R$ 115,00
Soja
R$ 180,00
Milho
R$ 82,00

Tempo

Bolsonaro dispara fake news sobre desmatamento e diz que Europa é uma ‘seita ambiental’

Presidente também criticou a imprensa, a quem acusou de fraudar números do desmatamento.

 

 

De acordo com Bolsonaro, "em focos de queimada estamos abaixo da média dos últimos anos". (Reprodução)

 

 

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) voltou a criticar a Europa por conta das pressões que seu governo vem sofrendo em virtude de agressões ao meio ambiente. Em live transmitida nas redes sociais nesta quinta-feira, 16, Bolsonaro classificou a Europa como "uma seita ambiental" que ataca o país "de forma injusta" e movida por interesses comerciais. O presidente também criticou a imprensa, a quem acusou de fraudar números do desmatamento. "Nós somos o tempo todo acusados injustamente de maltratar o meio ambiente no Brasil. A imprensa daqui publica, a imprensa de fora republica, em especial a da Europa, e lá a questão ambiental é tido como uma seita. Aí a mesma imprensa que fraudou números republica aquilo para criticar o governo", argumentou o presidente da República. Para ele, "no passado havia interesse (internacional) na região amazônica, mas hoje há interesse em todo o Brasil". De acordo com Bolsonaro, "em focos de queimada estamos abaixo da média dos últimos anos". "Não é que estamos indo bem. Tem coisa para fazer? Tem, mas não é esse trauma todo" afirmou. "Hoje temos 14% da área do Brasil em reservas, o equivalente à região Sudeste, e obviamente que a Europa gostaria que a gente, até 2022, passasse de 14% para 20% de terras demarcadas, o que simplesmente inviabilizaria o agronegócio no Brasil", afirmou Bolsonaro, depois de criticar os países europeus, a quem chamou de "seita ambiental".

Sobre as queimadas, Bolsonaro disse que "90% dos focos de incêndio são em terras já desmatadas, e 5% em terras indígenas". O presidente também contou que o governo prepara um decreto que deve proibir por quatro meses todas as queimadas no país, mas de antemão criticou a medida. "Sei que está fora dessa proibição o índio, o caboclo, mas esse pequeno homem que está lá no interior desse Brasil enorme, ele vai ter acesso ao decreto, como ele vai cultivar alguma coisa? Se ele não cultivar esse ano, não vai ter o que comer ano que vem", completou. Para o presidente, "falta responsabilidade" no debate sobre as queimadas, e o assunto tem servido de pretexto para que o Brasil seja "massacrado e prejudicado naquilo que está dando certo no país, que é o nosso agronegócio".

O presidente também lamentou que a medida provisória (MP) 910, que tratava da regularização fundiária e ficou conhecida como "MP da grilagem", não tenha sido votada no Congresso, o que fez com que ela caducasse. Para Bolsonaro, a votação da MP não foi pautada porque "a esquerda ainda tem uma influência muito grande dentro do Parlamento", e citou partidos como PT, PDT, Rede Sustentabilidade, PCdoB e PSOL como responsáveis pela pressão que levou à caducidade da proposta. "Se tivesse sido aprovada (a MP 910), essas áreas seriam regularizadas e, uma vez detectado o foco de calor ou queimada, teria como saber se foi dentro da reserva legal, ou não, e quem é o dono daquela área, e aí você puniria", afirmou. Apesar disso Bolsonaro assumiu o compromisso de diminuir as queimadas, mas falou que elas "não vai acabar nunca".

Gilmar Mendes

O presidente Jair Bolsonaro afirmou que "deu por encerrada a questão com o ministro Gilmar Mendes", em referência às trocas de farpas ocorridas entre o magistrado do Supremo Tribunal Federal (STF) e integrantes das Forças Armadas. Em transmissão nas redes sociais nesta quinta-feira, 16, Bolsonaro disse que falou por telefone com Gilmar, mas se reservou o direito de não divulgar o conteúdo da conversa. "Da minha parte, dou por encerrado isso daí. Eu conversei com o Gilmar Mendes por telefone sobre o episódio. Ato contínuo, houve um contato entre o ministro Gilmar Mendes e o ministro Pazuello, conversaram também. Queremos solução, tá certo?", disse o presidente.

O desentendimento ocorreu com a repercussão de um fala do integrante do STF, que afirmou que os militares estavam se associando a um "genocídio", em referência à condução da crise sanitária causada pela pandemia da covid-19. Novo ministro do STF Bolsonaro voltou a reclamar da decisão do STF que garantiu a autonomia de estados e municípios na aplicação de medidas contra a covid-19. Apesar disso, o presidente manifestou expectativa por mudança no entendimento da Corte tão logo o ministro Luiz Fux assuma a presidência do STF. "Talvez com novo presidente do STF seja possível discutir as decisões de fechar comércio", declarou. O ministro Fux deve assumir a presidência do STF em 10 de setembro, sucedendo o atual presidente, Dias Toffoli. O mandato de Fux valerá por dois anos.

 

 

Agência Estado/dom total///