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Tempo

Chargista Duke concorre na categoria arte do Prêmio Vladimir Herzog com trabalho feito no DomTotal

Charge retratando a fala de Bolsonaro – E daí? – em relação aos primeiros cinco mil brasileiros mortos no Brasil pela Covid-19 teve uma imensa repercussão nas mídias sociais.

 

Charge do dia 29 de abril de 2020 que retrata a fala do presidente Jair Bolsonaro após ser questionado a respeito dos cinco mil brasileiros mortos por Covid-19 (Duke)

 

Isabela Amorim Santiago

 

No dia 28 de abril, uma fala do presidente Jair Bolsonaro chocou o Brasil e o mundo. Em uma entrevista coletiva, na portaria do Palácio da Alvorada, uma repórter o instigou dizendo que o país havia ultrapassado o número de mortos por Covid-19 da China – à época pouco mais de 5 mil mortos. Bolsonaro, então respondeu "E daí? Lamento. Quer que eu faça o quê? Eu sou Messias, mas não faço milagre", disse, em referência ao próprio sobrenome. A fala do presidente foi retratada pelo chargista Duke no dia seguinte, em sua publicação diária no Dom Total. Agora, essa mesma charge concorre como melhor arte na 42ª edição do Prêmio Vladimir Herzog. Em entrevista ao Dom Total, Eduardo dos Reis Evangelista, o Duke, nos contou um pouco mais sobre seu processo artístico e qual o significado de estar entre os finalistas desse prêmio. Desde 1998, Duke trabalha como chargista, tendo iniciado sua carreira no jornal O Tempo. Formado em Cinema de Animação pela Escola de Belas Artes da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Duke faz charges diárias para o Dom Total desde 2014. Segundo ele, o processo de criação envolve acompanhar o noticiário e as redes sociais, além de fazer a leitura de crônicas referentes ao assunto em questão, inclusive com pontos de vista completamente distintos. A partir desse apanhado, Duke forma a sua própria opinião sobre o assunto que vai pautar aquela charge. "Porque, na verdade, a charge é uma crônica, só que em vez do texto, você usa o desenho.

Então, a primeira coisa que eu faço é me informar sobre o assunto, formar a minha opinião sobre o assunto e depois procurar uma imagem, uma forma de traduzir essa minha opinião em charge", explica. Em relação à charge do "E daí?", o artista fala que, ao ver o vídeo do presidente, a ideia veio de imediato. "Na verdade, nesse caso nem tem muito o que criar. É retratar uma situação. É uma charge que, infelizmente, não tem humor, porque é um assunto muito trágico, muito triste. E ela surgiu muito rápido. A partir do que eu escutei daquela fala do presidente, já me veio essa imagem na cabeça e eu fiz e mandei pro jornal e a repercussão foi tamanha!". Duke explicou que se inscreveu para a edição deste ano do Prêmio Vladimir Herzog, mas que sua maior alegria foi saber que estava entre os finalistas. "É um prêmio que traz uma importância muito grande para o trabalho da gente. Só de ser finalista já tem essa importância, claro que se a gente for premiado melhor, né? Tanto pra mim quanto pro Dom Total, mas só de ser finalista já tem uma importância muito grande".

O Prêmio Vladimir Herzog homenageia anualmente o trabalho de jornalistas, repórteres fotográficos e artistas do traço que, por meio de seu trabalho, defendem a Democracia, a Cidadania e os Direitos Humanos. Duke concorre na categoria Arte com chargistas como Laerte (Folha de S. Paulo), Quinho (Correio Braziliense) e Rafael Alves (Estado de Minas). Conheça aqui todos os finalistas do Prêmio. 42º Prêmio Jornalístico Vladimir Herzog de Anistia e Direitos Humanos Júri de Seleção: 24 de agosto a 2 de outubro, via sistema Divulgação dos finalistas: 7 de outubro no site Júri de premiação e divulgação dos vencedores: 17 de outubro em sessão pública de julgamento e transmissão ao vivo pela internet Roda de Conversa com os Ganhadores: 24 de outubro, em ambiente virtual Solenidade de premiação: 25 de outubro, em ambiente virtual Mais informações em no site.

 

 

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