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Mourão inverte história e diz que torturador Ustra respeitava direitos humanos

Comandante do DOI-Codi, Ustra foi condenado por tortura e morte durante ditadura.

 

Segundo Mourão, ‘era um homem de honra’. Mourão também acredita que o Brasil está fazendo um bom trabalho na Saúde, apesar de quase 150 mil mortos (Bruno Batista/AFP)

 

 

Em exemplo de revisionismo histórico, o vice-presidente da República, Hamilton Mourão (PRTB), afirmou que o torturador coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra era um defensor dos direitos humanos. O oficial foi condenado na Justiça pela tortura de presos políticos da Ditadura Militar. Mas segundo Mourão, "era um homem de honra" e que "as coisas que as pessoas falam dele não são verdade". Além disso, o vice de Bolsonaro acredita que o Brasil está fazendo um bom trabalho contra o novo coronavírus, apesar dos quase 150 mil mortos. Na entrevista, Mourão disse que "há um excesso de ‘tribalismo’ (no país) e os lados políticos estão muito polarizados". "Há muita polarização na política, mas a nossa administração está conduzindo bem o país e as coisas estão melhorando", disse Mourão sem se referir aos novos acordos entre o governo federal e o Centrão. A entrevista à emissora foi gravada na última terça-feira (6) e divulgada na quinta-feira, 8. De acordo com o vice-presidente, as falas do presidente Jair Bolsonaro sobre fechar o Congresso e os ataques ao Supremo Tribunal "não são perigosas" para a democracia. "(As falas) só seriam perigosas quando se tem o poder de fazer o que quer, mas ninguém tem o poder de fazer o que quer aqui no Brasil", disse.

Pandemia

O vice-presidente também minimizou o comentário que havia feito em abril a repórteres. Na ocasião em que o governo enfrentava a saída do ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta, Mourão afirmou: "está tudo sob controle. Só não sabemos de quem". Segundo o vice-presidente, a fala foi "uma piada". Mourão defendeu a atuação do atual ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, e disse não ser necessário ser médico para ser ministro da Saúde. "É preciso alguém que entenda administração pública e que não seja conivente com a corrupção. O ministro Pazuello sabe muito sobre logística, que era nosso principal problema com o ministro da Saúde", disse.

Ustra

Carlos Alberto Brilhante Ustra foi chefe comandante do Destacamento de Operações Internas (DOI-Codi) de São Paulo no período de 1970 a 1974. Em 2008, tornou-se o primeiro militar a ser reconhecido, pela Justiça, como torturador durante a ditadura. Ustra foi acusado pelo Ministério Público Federal por envolvimento em crimes como o assassinato do militante comunista Carlos Nicolau Danielli, sequestrado e torturado nas dependências do órgão. Ustra morreu em 15 de outubro de 2015 no Hospital Santa Helena, em Brasília. Ele tratava de um câncer.

 

 

 

Agência Estado e DomTotal///