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Em discurso esquizofrênico, Guedes defende nova CPMF, mas diz que ‘imposto tá morto’

Mais uma vez Guedes alegou que o imposto digital possibilitaria a desoneração da folha de salários para todos os setores.

Guedes também atacou a Febraban, que para ele é um cartório institucionalizado de bancos’ (Anderson Riedel/PR)

 

 

O ministro da Economia, Paulo Guedes, fez um discurso esquizofrênico nessa quinta (29), sobre a criação de um novo imposto sobre pagamentos – nos moldes da extinta CPMF. No mesmo evento e na mesma fala ele defendeu a criação do imposto digital, mas logo em seguida disse que o ‘imposto tá morto’. Na visão dele, criar a nova CPMF não significa que o governo quer aumentar a carga tributária brasileira. E no mesmo evento, o ministro ainda atacou a Federação Brasileira de Bancos (Febraban). "Já disse várias vezes que esse governo não vai aumentar os impostos, somos um governo liberal democrata. Só criaremos novo imposto se for para substituir outros oito impostos ou se for uma causa nobre: a desoneração do emprego", afirmou, em audiência pública na Comissão Mista do Congresso Nacional para o acompanhamento de medidas contra a covid-19. Mais uma vez Guedes alegou que o imposto digital possibilitaria a desoneração da folha de salários para todos os setores. Ele defendeu a manutenção do veto presidencial à prorrogação da desoneração da folha para 17 setores da economia em 2021. "Prefiro desonerar todos os setores para sempre ao invés de só 17 por um ano. Se a desoneração é tão importante para esses setores, por que não será para os demais?", questionou. Em resposta aos parlamentares, ele explicou que a criação de um novo programa social – que evoluísse sobre os existentes – já estava no programa de governo de Jair Bolsonaro e não tem nada a ver com o auxílio emergencial criado na pandemia de covid-19.

"O auxílio emergencial é animal de outra espécie, o Renda Brasil era um programa diferente", completou. Guedes disse ainda que o Brasil está dentro de uma "barreira de possibilidade de produção" ao perpetuar distorções como a oneração da folha de salário. Guedes chamou o tributo de "cruel, absurdo e ineficiente", defeitos que, segundo ele, são todos imputados ao imposto sobre pagamentos, defendido pelo ministro como uma opção de fonte de recursos em troca da desoneração da folha. "Distorções, imposto cruel, absurdo, ineficiente, que tem todos os defeitos imputados ao imposto digital, são cumulativos, regressivos, discriminatórios, e os lobbys não deixam a população enxergar isso", disse Guedes na Comissão Mista do Congresso Nacional para o acompanhamento de medidas contra a covid-19. Guedes ainda defendeu que, com práticas mais simples, como a desburocratização, simplificação de impostos, melhora na logística e na competição, é possível fazer um país crescer "5%, 6%". "Fazer um milagre durante seis, sete anos", disse. "Mas estamos dentro de uma barreira de possibilidade, colocamos tantas restrições", comentou.

‘Febraban é cartório institucionalizado de bancos’, diz Guedes Irritado com as críticas da Federação Brasileira de Bancos (Febraban) aos estudos da equipe econômica sobre a criação de um novo imposto sobre pagamentos – nos moldes da extinta CPMF -, o ministro da Economia, Paulo Guedes, atacou duramente a entidade. Ele reclamou especificamente do apoio da entidade a um estudo do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) da Organização das Nações Unidas (ONU) que foi oferecido ao ministro do Desenvolvimento, Rogério Marinho. "A Febraban é o cartório institucionalizado dos bancos, é paga para isso. Ela financia até programa de estudo de ministro gastador, para enfraquecer ministro que quer acabar com privilégios. A Febraban faz lobby para enfraquecer ministro que está segurando a barra. É uma casa de lobby, e isso é justo, mas tem que estar escrito na testa: lobby bancário. A Febraban financia estudos que não têm nada a ver com operações bancárias, financia ministro gastador pra ver se fura teto e derruba o outro lado", afirmou Guedes, em audiência pública na Comissão Mista do Congresso Nacional para o acompanhamento de medidas contra a covid-19. O ministro disse ainda que medidas do Banco Central, como o PIX e o open banking, irão acabar com o que ele chamou de "cartel bancário". "Vamos escapar de cartel bancário de 200 milhões de trouxas nas mãos de quatro bancos. E também em outros setores. Não é quebrar ninguém, queremos que crescimento futuro seja melhor distribuído", completou.   

 

 

Agência Estado/Dom Total///