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Devido à estiagem, presidente da Assembleia irá sugerir ao governador gaúcho desoneração para incentivar irrigação

Ernani Polo (C) está percorrendo municípios da região Noroeste para acompanhar os efeitos da estiagem nas lavouras. Foto: Joel Vargas/Assembleia Legislativa.

 

 

Preocupado com a estiagem que assola o Estado e causa prejuízos aos produtores, o presidente da Assembleia Legislativa, Ernani Polo (PP), irá sugerir ao governador Eduardo Leite (PSDB) que estude a possibilidade de desonerar equipamentos utilizados na irrigação de lavouras. Outra recomendação será reduzir tributos sobre os combustíveis nas localidades onde se faz uso desses produtos por causa da ausência de energia elétrica. O objetivo é reduzir custos e viabilizar a ampliação da irrigação neste momento de crise no campo. Neste fim de semana, o parlamentar está percorrendo municípios da região Noroeste para acompanhar os efeitos da estiagem nas lavouras.

Em Nova Candelária, a 59 quilômetros de Santa Rosa, Polo visitou propriedades rurais para verificar a situação e conversar com produtores. Em uma delas, a plantação de milho está completamente comprometida, inviabilizando que o grão seja usado para silagem e para alimentação de animais da produção de leite e suínos. No caso da soja, a falta de chuvas atrasou o plantio na região. “É uma situação triste. Estamos fazendo interlocução com as instituições financeiras para tentar, pelo menos, a liberação para utilizar o que resta de massa verde para a alimentação do gado, mesmo sendo de baixa qualidade. Amenizaria um pouco, mas não resolve. O problema é gravíssimo. O milho já está totalmente comprometido.

Não tem mais como recuperar, mesmo chovendo”, comentou Polo, após passar por municípios como Três de Maio, Santa Rosa, Tucunduva, Doutor Maurício Cardoso e Horizontina. Conforme dados divulgados quinta-feira (5) pela Emater, na região de Santa Rosa, 15% da área plantada com milho entrou na fase de floração, período crítico para as plantas quando há carência de água. Em geral, a chuva das últimas semanas amenizou a situação, mas a tendência é de redução de rendimento tanto na produção de grãos quanto na quantidade de massa verde destinada à silagem, visto que a cultura se apresenta com porte muito baixo. “A vida do homem do campo é assim. Você planta, faz todo o trabalho, e quando falta chuva não tem outra alternativa. Precisamos avançar na irrigação. Quando fui secretário da Agricultura, lutamos muito, mas temos de avançar: desburocratizar, retirar tributos dos equipamentos para melhorar a irrigação e amenizar os momentos de falta de chuva. A realidade de Nova Candelária é a mesma de praticamente todo o Rio Grande do Sul”, afirmou o presidente da Assembleia, que também pedirá apoio do governo do Estado para o fornecimento de sementes aos produtores afetados pela falta de chuvas.

Milho é essencial para o agro Ernani Polo, que nasceu na região Noroeste e é produtor rural, destacou que o milho é essencial para o agro e o desenvolvimento do país, acrescentando que o RS é o sexto maior produtor nacional. Além da alimentação humana, o milho é fundamental para a alimentação animal. As cadeias produtivas de aves, suínos e outros animais usam o milho como ração (70% da ração é composta por milho). Já a cadeia leiteira usa o produto, em sua maior parte, na forma de silagem. A Emater estima que o consumo de milho seja de 6,5 milhões de toneladas por ano no Estado, o que não é suprido com a produção regional, considerando o que é exportado. A expectativa de produção para a safra atual é de 5,9 milhões, mas pode haver redução devido à estiagem.

 

 

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