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‘Crime de responsabilidade’, disse Bolsonaro antes da eleição sobre ‘toma lá dá cá’; assista

Vídeo gravado pelo então candidato viralizou agora, após Planalto comprar apoio do Congresso.

 

No poder, presidente mudou de opinião (Reprodução)

 

 

 

Um vídeo em que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) diz que não negociará cargos com partidos políticos para manter a governabilidade no Congresso e define a prática como crime de responsabilidade voltou a circular nas mídias sociais após as vitórias de Arthur Lira (Progressistas-AL) e Rodrigo Pacheco (DEM-MG) para presidir, respectivamente, a Câmara e o Senado. Foram identificados compartilhamentos pelo menos no Facebook e no Instagram. O trecho que está circulando é de uma transmissão ao vivo que Bolsonaro fez na véspera do segundo turno das eleições presidenciais de 2018, em 27 de outubro daquele ano. O Palácio do Planalto interferiu diretamente na corrida pelas presidências da Câmara e do Senado.

Ex-líder do Centrão, Lira foi eleito presidente da Câmara com ampla vantagem sobre o rival, Baleia Rossi (MDB-SP), assim como Pacheco venceu a disputa com a emedebista Simone Tebet. "Qualquer presidente que distribua ministérios, estatais ou diretorias de banco para conseguir apoio dentro do parlamento está infringindo o artigo 85 inciso 2 da Constituição", argumentou o então candidato à presidência no trecho que circula nas redes sociais, extraído entre os minutos 4 e 7 do original. "O que fiz durante a campanha dizendo que não aceitaria o ‘toma lá dá cá’, fiz baseado na Constitutição", afirmou Bolsonaro. Governo interferiu na disputa do Congresso ao liberar, no fim de dezembro, R$ 3 bilhões em recursos "extras" do Ministério do Desenvolvimento Regional para 250 deputados e 35 senadores destinarem a obras em seus redutos eleitorais.

Também foi recorde, este ano, a liberação de emendas parlamentares. Encerrada a corrida no Congresso, partidos do Centrão aumentaram a pressão para obter cargos no Banco do Brasil e Casa da Moeda e também as pastas da Saúde, de Minas e Energia, Cidadania e Desenvolvimento Regional. Em maio do ano passado, após o presidente participar de atos antidemocráticos contra o Congresso e o STF, o vídeo já teve um outro ciclo de repostagens. Naquele momento, conforme mostrou o Estadão, o Planalto iniciava um loteamento de cargos do governo federal com nomes indicados pelo Centrão. Outra gravação compartilhada naquela ocasião e resgatada agora por opositores do presidente foi uma declaração do ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Augusto Heleno, cantando "se gritar pega centrão, não fica um meu irmão", substituindo a palavra "ladrão", da letra original, pelo nome dado ao bloco partidário.

O ministro Luiz Eduardo Ramos, da Secretaria de Governo, reagiu nesta segunda-feira, dia 8, a críticas generalizadas sobre a aliança do presidente Jair Bolsonaro com o Centrão.

 

 

 

Agência Estado/dom total///