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Mutação do coronavírus pode ‘varrer o mundo’, alerta cientista britânica

Sharon Peacock estima que o vírus será totalmente controlado em 10 ano.

 

Variantes do coronavírus deixam o mundo em alerta (Imagem ilustrativa/ Pixabay)

 

 

A cientista Sharon Peacock, chefe do programa de vigilância genética Covid-19 Genomics UK, alertou, nesta quinta-feira (11), sobre o risco de a variante do novo coronavírus encontrada pela primeira vez na região britânica de Kent ‘varrer o mundo’. As declarações foram dadas em entrevista publicada pela BBC. Considerada mais contagiosa, a mutação foi detectada pela primeira vez em setembro de 2020 na Inglaterra e já foi identificada em mais de 50 países. Para a cientista, a variante "varreu o país" e "vai varrer o mundo, com toda a probabilidade".

Ela ainda alertou de que seu trabalho de sequenciamento de variantes do novo coronavírus pode ser necessário por pelo menos 10 anos, até que seja possível controlar o vírus. "Assim que controlarmos [o vírus] ou ele sofrer mutação para deixar de ser virulento – causando doenças – podemos parar de nos preocupar com isso. Mas acho que, olhando para o futuro, faremos isso por anos. Ainda faremos isso daqui a 10 anos, na minha opinião", disse. A cientista é professora de Saúde Pública e Microbiologia na Universidade de Cambridge. O consórcio Covid-19 Genomics UK é um grupo de agências de saúde pública e instituições acadêmicas no Reino Unido criado em abril de 2020 para questões relacionadas à pandemia.

Manaus

No Brasil, a nova cepa da Covid-19, originária do estado do Amazonas, – considerada pelos pesquisadores como mais contagiosa – já foi encontrada também em Belém. Oito pacientes foram diagnosticados na capital paraense com a variante P.1. Das oito pessoas que testaram positivo para a P.1, cinco são de Manaus. Um manauara morreu, dois belenenses tiveram sintomas leves e outros cinco apresentaram o estágio mais grave da doença. Os casos foram confirmados pelos pesquisadores do Laboratório de Genética Humana e Médica (LGHM), da Universidade Federal do Pará (UFPA), em parceria com o Instituto Vale. Os especialistas que acompanham o estudo da evolução do novo coronavírus garantem que a variante achada no começo do ano, em Manaus, tem potencial para infectar pessoas que já tiveram a covid-19.

Contudo, a análise aguarda um laudo mais conclusivo. A nova variante já responde por cerca de metade das novas infecções na capital do Amazonas. Casos da nova cepa também foram detectados em São Paulo em pacientes com histórico de viagem ou residência em Manaus. Segundo os pesquisadores, a genotipagem do vírus foi realizada em estudo que colheu amostras de 80 pacientes na capital paraense. Ou seja, por essa amostragem, ao menos, 10% dos pacientes com covid-19 em Belém, podem estar com a infecção pela P.1. Do total, 14 pacientes foram diagnosticados com a cepa P.2, que é proveniente do Rio de Janeiro.

 

 

Dom Total/Agência Estado///