O jornalista, que apoiou o golpe contra Dilma e a prisão política de Lula, decidiu protestar apenas agora contra o componente militar do golpe contra a democracia brasileira e diz que a pressão sobre o Supremo foi "absurda"
18 de fevereiro de 2021, 05:54 h
(Foto: Stuckert | Reprodução)
247 – O jornalista Merval Pereira, que fez campanha pela deposição ilegal da ex-presidente Dilma Rousseff e pela prisão política do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, dois fenômenos que permitiram a ascensão do bolsonarismo, fenômeno que hoje representa uma ameaça existencial para a Globo, decidiu protestar, com três anos de atraso, contra o componente militar do golpe de 2016, processo que teve apoio irrestrito do grupo de comunicação para o qual trabalha. "A revelação do general Villas Bôas de que a nota da pressão sobre o Supremo Tribunal Federal (STF) na véspera do julgamento de um habeas corpus a favor do ex-presidente Lula foi feita não em caráter pessoal, mas pelo Alto-Comando do Exército, é muito mais grave do que já parecia há três anos.
Não importa se você gosta do Lula ou não, se acha que ele merecia o habeas corpus ou não. É um absurdo que o Alto-Comando do Exército respalde uma declaração daquelas às vésperas de um julgamento do STF". Detalhe importante: três anos atrás, a Globo não considerou o tuíte absurdo e usou a manifestação de Villas-Bôas para também emparedar o STF, porque tinha interesses políticos e econômicos na prisão de Lula. Com o ex-presidente fora do jogo, a Globo pretendia consolidar o choque neoliberal no País, a entrega do pré-sal e trabalhava por uma possível vitória do PSDB nas urnas em 2018. Agora, Merval, que foi golpista contra Dilma e Lula, lamenta que o Brasil esteja sob o comando de um governo antidemocrático e autoritário. Governo que ameaça cassar a concessão do que chama de "Globolixo".
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