O parlamentar estava infectado pelo coronavírus
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Diagnosticado com coronavírus, o senador Major Olímpio (PSL-SP) morreu nesta quinta-feira (18), aos 58 anos, em São Paulo. A informação foi divulgada por familiares do parlamentar. “Com muita dor no coração, comunicamos a morte cerebral do grande pai, irmão e amigo, Senador Major Olímpio. Por lei, a família terá que aguardar 12 horas para confirmar o óbito e está verificando quais órgãos serão doados. Obrigado por tudo que fez por nós, pelo nosso Brasil”, diz mensagem publicada na conta do político no Twitter. Sérgio Olímpio Gomes, conhecido como Major Olímpio (PSL), estava internado desde o dia 2 de março no Hospital São Camilo, na capital paulista, e no dia 5 de março foi transferido para a UTI (unidade de tratamento intensivo). Natural de Presidente Venceslau, no interior de São Paulo, Olímpio completaria 59 anos neste sábado (20). Ele foi deputado federal e deputado estadual em São Paulo por dois mandatos. Antes de se dedicar à carreira política, Olímpio serviu como policial militar por 29 anos. O senador deixa a esposa e dois filhos. Antes de ingressar no PSL, em março de 2018, o senador já havia passado pelo Partido Verde, PDT e Solidariedade. Além de bacharel em ciências jurídicas e sociais, Olímpio exerceu as profissões de jornalista, professor de educação física e de técnica em defesa pessoal e instrutor de tiro.O parlamentar estava infectado pelo coronavírus.
A vaga ocupada pelo senador Major Olímpio deve ser preenchida por Alexandre Giordano, amigo antigo do político, que morreu nesta quinta-feira devido a complicações da covid-19.Giordano foi escolhido para a suplência, de acordo com Olímpio ainda em vida, porque ele se colocou à disposição do PSL para auxiliar na organização do diretório paulista à época das eleições de 2018. Segundo reportagem da agência Pública em 2019, o empresário era amigo próximo de Olimpio. Em 2017, Olimpio tentou nomeá-lo secretário parlamentar na Câmara, quando era deputado federal, então pelo Solidariedade. Giordano entrou em evidência no noticiário quando teve seu nome exposto pela imprensa paraguaia no final de julho de 2019. O jornal paraguaio ABC Color revelou que o empresário fez ao menos duas viagens ao Paraguai, em abril e em junho daquele ano, para negociar às escuras a compra de energia excedente da usina hidrelétrica de Itaipu. Mas a nomeação foi desfeita um mês depois. Segundo disse Olimpio à Pública na ocasião, Giornado não chegou a exercer o cargo porque teria de se desfazer de suas empresas para cumprir regulamento da Câmara. “Eu quis levá-lo já para trabalhar comigo, mas aí acabou não dando certo porque ele teria que fazer a transferência de empresa do nome dele para isso. Ele não poderia estar como funcionário ali e estar oficialmente com cargo executivo", disse à Pública.
Na reportagem, Olimpio descreveu Giordano como “empresário bem-sucedido”, embora tenha dito que não sabia exatamente quais eram os negócios do amigo. “Eu sei que ele trabalha fazendo estruturas metálicas para poste, com lixo e esses ‘trecos’ todos. Mas não sou sócio dos negócios dele e ele não é sócio do meu mandato", disse o senador em 2019. "Ele só vai ser senador se eu morrer ou renunciar; e eu não estou pretendendo nenhuma das duas coisas." Giordano tinha ao menos 1,5 milhão de reais em bens declarados ao Tribunal Superior Eleitoral na campanha de 2018. Não está claro se as complicações podem impedir Giordano de assumir a cadeira no Senado. Caso a situação se concretize, o próximo da fila para ocupar a cadeira de senador pelo estado de São Paulo é Marcos Pontes, atual ministro de Ciência e Tecnologia.
(Exame)