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Com Salles na mira, diretor da PF quer tirar autonomia de delegados em investigações de autoridades com foro

Diretor-geral da Polícia Federal, Paulo Maiurino, revela que o governo Jair Bolsonaro pretende tirar a autonomia de delegados da corporação na investigação de autoridades com foro privilegiado.

 

Foto: Daniel Estevão/MJSP Por Plinio Teodoro Da Revista Fórum

 

 

Usando a delação do ex-governador do Rio, Sergio Cabral, que acusa o ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF) de receber propina, o diretor-geral da Polícia Federal, Paulo Maiurino, revela que o governo Jair Bolsonaro pretende tirar a autonomia de delegados da corporação na investigação de autoridades com foro privilegiado. Segundo reportagem de Fabio Serapião e Camila Mattoso, na coluna Painel, da Folha de S.Paulo deste sábado (22), a proposta consta em uma manifestação ao STF de Maiurino sobre a delação de Cabral. No texto, o diretor da PF diz que a “direção da Polícia Federal vem estudando a implementação de mecanismos de supervisão administrativa e estruturação organizacional nos moldes daqueles adotados pela Procuradoria-Geral da República”. No modelo do Ministério Público, todas as investigações que esbarrem em autoridades com foro devem ser enviadas para a PGR, que define quem será o responsável pelo caso.

Em clara tentativa de cooptação dos ministros do STF, o diretor da PF usou o caso envolvendo Toffoli para dizer que a medida visa melhorar a “supervisão das investigações” para evitar “o ajuizamento de medidas” que refletem “tão somente o posicionamento individual de autoridades policiais”, mas que estão “em dissonância da posição institucional da PF”. Na prática, a medida concentra todo poder de investigação de autoridades com foro nas mãos do diretor-geral da PF, que está subordinado diretamente ao Ministério da Justiça, vinculado ao governo. A manifestação ocorre em meio às investigações contra o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, que virou alvo de operação da PF por corrupção e contrabando internacional de madeira após tentar barrar as investigações afastando o delegado Alexandre Saraiva da superintendência da corporação no Amazonas.

 

 

Sul21///