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Sociedade civil, empresários e intelectuais lançam manifesto de apoio ao sistema eleitora

Manifesto é uma reação aos ataques de Bolsonaro às urnas eletrônicas e à democracia.

 

Urnas eletrônicas, atacadas pelo presidente, nunca foram alvo de fraudes (Fábio Rodrigues Pozzebom/ABr)

 

 

Centenas de empresários, economistas, diplomatas e representantes da sociedade civil divulgaram um manifesto em defesa do sistema eleitoral brasileiro, destacando que "o princípio chave de uma democracia saudável é a realização de eleições e a aceitação de seus resultados por todos os envolvidos". O comunicado não cita o presidente Jair Bolsonaro, mas é categórico ao dizer que o país "terá eleições e seus resultados serão respeitados" e ao afirmar que "a sociedade brasileira é garantidora da Constituição e não aceitará aventuras autoritárias". O manifesto foi divulgado no mesmo dia em que Bolsonaro passou a ser investigado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) no inquérito das fake news. A decisão do ministro Alexandre de Moraes atendeu a um pedido do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

A Corte vai apurar a possível prática de 11 crimes pelo presidente. Entre os signatários estão nomes de peso do mundo empresarial e financeiro, como Frederico e Luiza Trajano, do Magazine Luiza, Pedro Moreira Salles e Roberto Setubal, do Banco Itaú Unibanco, Carlos Jereissati, do Iguatemi, Pedro Passos e Guilherme Leal, da Natura, e Luis Stuhlberger, gestor do Fundo Verde. Também assinam economistas como Armínio Fraga, Pedro Malan, Ilan Goldfajn, Persio Arida, André Lara Rezende, Alexandre Schwartsman e Maria Cristina Pinotti. O manifesto nasceu no centro de Debates de Políticas Públicas (CDPP) na terça-feira (3). "Já na hora que ele começou, a adesão foi enorme", afirmou o economista Affonso Celso Pastore, do CDPP. "A sociedade civil precisa se manifestar como na época da campanha pelas eleições Diretas.

Bolsonaro já entrou em todos os órgãos de controle, como a Polícia Federal e o Ministério Público Federal a luta dele agora é controlar o Judiciário. É imprescindível a união de todos em defesa da democracia", afirmou Maria Cristina. O texto foi elaborado na terça e passou a circular entre grupos de empresários, economistas e grupos que representam a sociedade civil. Ele traz a assinatura de políticos, como o presidente do Cidadania, Roberto Freire, e de dirigentes de entidades da sociedade civil, como Priscila Cruz, do Todos pela Educação. Lideranças religiosas também subscreveram o documento. Lá estão o cardeal-arcebispo de São Paulo, dom Odilo Scherer, e o rabino Michel Schlesinger. "Acho espetacular a sociedade civil se mobilizar na defesa da democracia. Entendo que 70% da sociedade que quer o Brasil democrático, onde vigora o estado de direito e as liberdades. Nada mais importante para para a democracia do que eleições limpas, que são garantidas pelo voto eletrônico, que vigora há 25 anos no país sem notícia de fraude", disse o cientista político Luiz Felipe d’Avila. O manifesto tem três parágrafos. Nele os signatários afirmam sua preocupação com a pandemia, as mortes e as perdas de empregos. Dizem que as transformações da sociedade e recuperação do país só serão possíveis pela via democrática. E afirmam confiar no sistema atual de voto no Brasil.

Confira a íntegra do texto:

"O Brasil enfrenta uma crise sanitária, social e econômica de grandes proporções. Milhares de brasileiros perderam suas vidas para a pandemia e milhões perderam seus empregos. Apesar do momento difícil, acreditamos no Brasil. Nossos mais de 200 milhões de habitantes têm sonhos, aspirações e capacidades para transformar nossa sociedade e construir um futuro mais próspero e justo. Esse futuro só será possível com base na estabilidade democrática. O princípio chave de uma democracia saudável é a realização de eleições e a aceitação de seus resultados por todos os envolvidos. A Justiça Eleitoral brasileira é uma das mais modernas e respeitadas do mundo. Confiamos nela e no atual sistema de votação eletrônico. A sociedade brasileira é garantidora da Constituição e não aceitará aventuras autoritárias. O Brasil terá eleições e seus resultados serão respeitados."

 

 

 

Agência Estado/Dom Total///