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Centrais sindicais aderem a atos convocados por MBL e Vem Pra Rua contra Bolsonaro

Em acordo para reunir grupos de esquerda, MBL e Vem Pra Rua decidem tirar mote contra Lula e Ciro para unificar discurso pelo impeachment.

 

A presença de grupos de esquerda vinha sendo uma das dúvidas com relação a esses atos. (MBL/Divulgação)

 

 

Após as ameaças do presidente Jair Bolsonaro nas manifestações do 7 de setembro, centrais sindicais decidiram nesta quarta, 8, aderir ao protesto pró-impeachment marcado por grupos de centro-direita, como o Vem Pra Rua, o Movimento Brasil Livre (MBL) e o Livres. Em São Paulo, o ato será realizado no domingo, às 14h, na Avenida Paulista. A Força Sindical, a União Geral dos Trabalhadores (UGT), a Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB) e a Nova Central Sindical dos Trabalhadores (NCST) divulgaram nota conjunta classificando como "deplorável" a participação do presidente na manifestação de 7 de Setembro e seus ataques ao Supremo Tribunal Federal (STF). "É inquestionável que o objetivo do presidente e de seus apoiadores é dividir a Nação, empurrar o País para a insegurança o caos e a anarquia, resultado da reiterada incitação ao rompimento da legalidade institucional, do descumprimento dos preceitos contidos na nossa Constituição democrática", afirma a nota. O PDT de São Paulo também anunciou que participará da manifestação. "Com ataques diários à democracia, às instituições e à Constituição, Bolsonaro segue cometendo dúzias de crimes de responsabilidade", diz o texto assinado por Antonio Neto, presidente do PDT em São Paulo e presidente da central CSB. O protesto de domingo está sendo organizado desde julho e deve ocorrer em São Paulo, Rio, Belo Horizonte e Brasília. Os organizadores dos protestos avaliam que as falas do presidente serviram para estimular reações contrárias às ameaças de ruptura feitas por Bolsonaro, e dessa forma esperam mais adesões aos protestos de domingo. A presença de grupos de esquerda vinha sendo uma das dúvidas com relação a esses atos. Até o momento, os partidos desse campo do espectro político não manifestaram apoio aos atos. Mas o discurso de radicalização proferido por Bolsonaro pode ter mudado esse quadro. "As ações de ontem repercutiram e acabaram reverberando na população que não compactua com esse governo, uma aderência à manifestação do 12", disse a advogada Luciana Alberto, do Vem Pra Rua. O deputado federal Kim Kataguiri (DEM-SP), do MBL, destaca que a fala do presidente fortalece a necessidade de impeachment. "O presidente foi explícito em suas intenções: não sair do poder exceto ‘morto ou preso’, e descumprir as determinações judiciais do STF. Isso é gravíssimo e soma mais razões ao pedido de impeachment", afirmou.

Trégua a Lula

Organizadores do protesto do próximo domingo, 12 de setembro, como MBL, Vem Pra Rua e Livres, recuaram da ideia de convocar manifestantes apelando para o mote ?nem Bolsonaro, nem Lula?. O foco passou a ser um só: contra o presidente da República. O consenso não veio de forma tranquila. Houve muita resistência em considerar a possibilidade de abrir espaço à esquerda lulista nos protestos. Por razões óbvias: os organizadores foram algozes de Dilma Rousseff. Agora é? A ideia de um ato sem bandeiras de partidos também foi pelos ares. Agora, presidenciáveis e siglas da oposição estão convocando suas militâncias. Ciro Gomes (PDT), que já chamou integrantes do MBL de ?Zé Bostinhas?, considera estar no caminhão de som do movimento no próximo domingo. Seu partido avisou que estará na rua.

Siglas

Enquanto nas ruas uma frente ampla ainda parece improvável, líderes se movimentam. Representantes de pelo menos 14 siglas vão defender o impeachment de Bolsonaro em evento da coalizão ?Direitos Já? na próxima quarta, 15, o Dia Internacional da Democracia, em São Paulo. Além de figuras da oposição, estão confirmados nomes como o vice-presidente da Câmara, Marcelo Ramos (PL-AM), o deputado Fábio Trad (PSD-MS), o senador José Anibal (PSDB) e o ex-ministro Henrique Mandetta (DEM).

 

 

 

Agência Estado/dom total///