A Petrobras anunciou nesta sexta-feira (8) reajuste de 7,2% nos preços da gasolina e do gás liquefeito de petróleo (GLP), o gás de cozinha, em suas refinarias a partir deste sábado.
O óleo diesel, que teve o valor corrigido em 8,9% no dia 28 de setembro, segue inalterado. A estatal não reajustava a gasolina nas refinarias há 58 dias. Com o anúncio, o preço médio do combustível para as distribuidoras passará de R$ 2,78 para R$ 2,98 o litro, refletindo correção de R$ 0,20.
O gás de cozinha, por sua vez, não era reajustado há 95 dias. O preço para as distribuidoras passou de R$ 3,60 para R$ 3,86 o quilo, o equivalente a R$ 50,15 por botijão de 13 kg, refletindo reajuste de R$ 0,26 por quilo. Em nota, a Petrobras informa que os reajustes “refletem parte da elevação dos preços internacionais do petróleo, impactados pela oferta limitada frente ao crescimento da demanda mundial; e da taxa de câmbio, dado o fortalecimento do dólar em âmbito global”. Apesar da “trégua” dada pela estatal, os preços da gasolina não pararam de subir nos postos do ABC. Nesta semana, o combustível foi vendido, em média, por R$ 5,764 o litro nos estabelecimentos da região, segundo pesquisa da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), com dados compilados pelo Diário Regional. Trata-se do maior valor nominal da história do levantamento, iniciado em 2001. Ainda segundo a ANP, o derivado do petróleo era vendido entre o preço mínimo de R$ 5,399, encontrado em um estabelecimento de São Caetano, e o máximo de R$ 6,199, achado no mesmo município. Desde o final do ano passado, o preço da gasolina subiu em média 35,4% nos postos de combustível do ABC.
O botijão de gás, por sua vez, era vendido, em média, por R$ 98,86 nos estabelecimentos da região. O produto era comercializado entre o preço mínimo de R$ 89,90, encontrado em um estabelecimento de São Caetano, e o máximo de R$ 110, achado em Mauá. Desde o final do ano passado, o gás de cozinha ficou, em média, 26,2% mais caro no varejo da região.
INFLAÇÃO
Em 2021, a gasolina tornou-se um dos vilões da inflação e tem afetado duramente o orçamento das famílias brasileiras, já prejudicadas pela alta dos alimentos e da energia elétrica. Em setembro, por exemplo, o derivado do petróleo deu uma das principais contribuições para a alta de 1,16% no Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a maior variação para o mês desde o início do Plano Real, em 1994.Com a elevação, o indicador quebrou a barreira simbólica de dois dígitos no acumulado de 12 meses. No período, a alta chegou a 10,25%. O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) tem demonstrado insatisfação com a alta nos preços dos combustíveis, mas garantiu nesta sexta-feira que não vai interferir na política de preços da Petrobras.
Na semana passada, o presidente da estatal, Joaquim Silva e Luna, convocou coletiva de imprensa às pressas para dizer que, apesar das pressões, manterá a política de Preço de Paridade de Importação (PPI), por meio da qual mantém os preços dos seus produtos equiparados aos de concorrentes importadores. Com apoio do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), o Executivo quer alterar a incidência do Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) sobre os combustíveis, mas enfrenta resistência de governadores, que alegam perda de receita.
Diário Regional-Diadema-SP///