Pacheco é mais um dos nomes da chamada terceira via para as próximas eleições presidenciais.(Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)
Recém-desfilado do DEM e prestes a se filiar ao PSD, o senador Rodrigo Pacheco foi aclamado como candidato a presidente da República neste fim de semana por lideranças do partido durante um encontro regional realizado no Rio de Janeiro. Apesar do clima de campanha durante o evento e das reiteradas menções de apoio recebidas de seus novos correligionários, o presidente do Senado afirmou que vai decidir sobre a candidatura em 2022 “no momento certo”.
“De minha parte, em razão das minhas condições, das minhas limitações próprias como presidente do Senado e do Congresso, nós teremos uma reflexão oportuna sobre isso”, afirmou. E completou: “No momento certo nós faremos essa reflexão sobre 2022”. O presidente do Congresso foi o último a discursar durante o encontro do partido, que reuniu pelo menos 1.500 pessoas no salão de convenções de um hotel na Barra da Tijuca. Antes dele, nomes tradicionais do PSD, como o presidente da sigla, Gilberto Kassab, e o prefeito do Rio, Eduardo Paes, trataram Pacheco como o candidato do partido à Presidência da República. “Ele só não será o candidato do PSD se não quiser”, afirmou Gilberto Kassab.
Já Eduardo Paes, que comandou o encontro como presidente estadual do PSD no Rio, defendeu uma candidatura própria do partido à Presidência e disse que Pacheco está “convocado” para a função. O senador agradeceu o apoio e disse que Paes e Kassab “não têm as limitações” que ele próprio tem para tratar do tema. Responsabilidade Em seu discurso, Pacheco também comentou sobre a proposta de reajuste do Auxílio Brasil feita pelo presidente Jair Bolsonaro, novo nome do programa assistencial Bolsa Família, com quebra do teto de gastos. Pacheco defendeu o programa social, mas também a responsabilidade fiscal.
“O programa social deve ser concretizado, é preciso aumentar a capacidade de compra daqueles que são beneficiados pelo Auxílio Brasil, e cabe à política e aos técnicos do Ministério da Economia encontrarem a solução para fazer esse programa social dentro da responsabilidade fiscal, que é inafastável”, afirmou. “Nós temos que ter responsabilidade fiscal no Brasil, porque seria muito ruim sustentamos um programa em premissas frágeis, que acabam gerando inflação e fazendo o poder de compra ser contaminado pela inflação. É um conjunto de valores que precisam coincidir e nós precisamos equilibrar isso. Esse é nosso papel e vamos cumprir”, disse à imprensa. Antes, em discurso ao público, Pacheco repetiu: “Precisamos garantir um programa social sustentável, de nada adianta fazer um programa social sem sustentação”.
Terceira via
A ida de Pacheco para o PSD – que será confirmada em uma cerimônia na quarta-feira (27), no Memorial JK, em Brasília – amplia o cenário de potenciais pré-candidatos à sucessão do presidente Jair Bolsonaro, em 2022, na chamada terceira via. Além do senador mineiro, o campo expandido do centro político – que tenta quebrar a polarização entre Bolsonaro e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no ano que vem – chegou a 11 nomes, considerando a iminente adesão do ex-ministro da Justiça Sérgio Moro à política partidária. Ao lado de Pacheco e Moro, integram o grupo de potenciais pré-candidatos da terceira via: João Doria (SP), Eduardo Leite (RS) e Arthur Virgílio (AM) – que disputam as prévias do PSDB –, Ciro Gomes (PDT), Alessandro Vieira (Cidadania-SE), Simone Tebet (MDB-MS), Luiz Henrique Mandetta (DEM), José Luiz Datena (PSL) e Luiz Felipe d’Avila (Novo).
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