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Saída para desabastecimento tem que ser importação?

Petróleo segue o caminho do minério de ferro.

 

Apesar de ser autossuficiente no setor, com uma produção de petróleo e gás natural do Pré-sal, em setembro de 2,85 milhões de barris de óleo equivalente por dia (boe/d) – representando 74,10% do total nacional (3,84 milhões de boe/d) – o maior registro histórico mensal, tanto em termos absolutos quanto em percentual de participação na produção total do país. Esses números não são suficientes para impedir que o Brasil se transforme em grande importador de combustíveis para evitar o desabastecimento, possibilidade endossada pela própria Petrobras, quando admitiu que não conseguirá atender todos os pedidos de gasolina e diesel recebidos para o próximo mês.

 

Cerca de 80% do consumo interno de derivados é abastecido por refinarias domésticas, quase todas pertencentes à Petrobras, e os demais 20% são resolvidos com importação. Países árabes como Arábia Saudita, Argélia e Iraque estão entre os fornecedores de produtos petrolíferos ao Brasil. A própria Petrobras informou nesta semana que a demanda adicional de derivados poderá ser absorvida por empresas importadoras. Segundo o relatório de produção e vendas da Petrobras do 3º Trimestre de 2021, divulgado na quarta-feira, o crescimento nas vendas de derivados para o mercado interno aconteceu no mesmo momento em que houve significativo aumento no volume de importações, que cresceram na ordem de 116,1% (de 192 mil bpd no 3T20 para 415 mil bpd no 3T21), sobretudo em virtude das importações extraordinárias de Diesel e Gasolina.

Só nesses dois combustíveis, o aumento nas importações foi da ordem de 548,1%, no caso do Diesel, e nada menos que 950,0% no caso da Gasolina. Segundo a Petrobras, esse aumento das importações ocorreu em função ao aumento das vendas no mercado doméstico. “Vai haver aumento na importação”, disse a Agência de Notícias Brasil-Árabe (Anba) o diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE), Pedro Rodrigues. Há resistência do mercado a essa opção, porém, já que os preços de combustíveis em outros países estão acima dos patamares praticados no Brasil pela Petrobras.

A venda de ativos ligados diretamente a refino está levando a produção de petróleo ao mesmo destino do setor siderúrgico, onde o Brasil é o maior produtor de minério de ferro mas importa toda a necessidade de aços nobres. A falta de investimento em mais refinarias levará o país a virar grande produtor de petróleo e grande importador de combustível para consumo interno.

 

 

Monitor Mercantil///