O relator da CPI da Covid acusou o presidente da Câmara de coordenar um esquema de emendas que "vai causar talvez o maior escândalo do Brasil".
Fotos: Marcelo Camargo / Agência Brasil e Adriano Machado/Crusoé
Como registramos mais cedo, o relator da CPI da Covid, senador Renan Calheiros (MDB), rebateu Arthur Lira, seu adversário político em Alagoas, que não gostou de ver deputados na lista de possíveis indiciados por sugestão da comissão. O presidente da Câmara disse, na noite de ontem, no plenário (assista aqui): “A hipótese suscitada pelo relator da CPI da Pandemia, de indiciar parlamentares desta casa por suas manifestações públicas e privadas fere de morte direitos e garantias fundamentais. Ademias, tal atitude de membros de nossa casa irmã do Congresso Nacional, o Senado Federal, abre um precedente de enorme gravidade. (…)
Uma CPI pode muito. E, quando conduzida com seriedade, pode prestar relevantes serviços à sociedade. Entretanto, uma CPI não pode tudo. (…) Mais do que isso, uma CPI não pode se converter em um instrumento inquisitorial de exceção. Em um estado democrático e de direito, como é o estado brasileiro, nenhuma autoridade pode atuar assim.” Em coletiva coletiva na manhã de hoje, após reunião para entrega do relatório final ao Tribunal de Contas da União (TCU), Renan Calheiros rebateu. O senador alagoano afirmou: “O presidente da Câmara tem muita preocupação com o que pode vir de investigação, sobretudo em relação ao RP9, que são emendas secretas que ele coordena. Isso vai causar talvez o maior escândalo do Brasil de todos os tempos.”
Nenhum jornalista quis saber mais detalhes do que foi dito por Renan. É algo que não pode passar despercebido: um senador da República, conhecedor dos porões de Brasília, acusou o presidente da Câmara de coordenar um esquema que, nas palavras dele, “vai causar talvez o maior escândalo do Brasil de todos os tempos”.
O Antagonista///
