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Miriam Leitão se descola de Moro e aponta falhas graves do ex-juiz suspeito

Colunista diz que ele não tem ideias sobre problemas cruciais e aponta seus erros enquanto foi ministro de Jair Bolsonaro

12 de dezembro de 2021, 04:44 h

 

 

247 – A jornalista Miriam Leitão apontou, em sua coluna deste domingo no jornal O Globo, os principais problemas da candidatura do ex-juiz Sergio Moro, que foi declarado suspeito pelo Supremo Tribunal Federal por atuar com parcialidade contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Segundo ela, Moro não tem ideias sobre temas centrais do País e cometeu diversos erros quando foi ministro de Jair Bolsonaro. "No mercado financeiro já se ouve o farfalhar dos apoios incondicionais à pessoa sem conteúdo definido, como houve em 2018. O autoengano recomeçou", escreve Miriam. "O problema em torno de Sergio Moro é o quase nada que se sabe sobre suas ideias em várias áreas. Nos 16 meses que ficou no Ministério da Justiça, Moro barrou demarcações de terras indígenas, mandou o fracassado pacote anticrime para o Congresso, embutindo nele o excludente de ilicitude, apoiou indiretamente um motim de policiais no Ceará e abonou os sinais de desvios éticos no governo Bolsonaro, quando começaram a surgir", relembra. Miriam chega até a questionar a hipocrisia de Moro no tema da corrupção, ao lembrar que ele disse que tinha “confiança pessoal” em Onyx Lorenzoni, quando se descobriu o caixa dois do então coordenador da transição do governo Bolsonaro.

"Em 9 de janeiro de 2019, diante do relatório do Coaf mostrando as movimentações suspeitas de Fabrício Queiroz, ele disse que o presidente já havia esclarecido o caso do ex-assessor do filho. Até hoje o caso permanece não esclarecido", escreve Miriam. A jornalista também aponta os vínculos entre Moro e correntes de extrema direita na polícia. "Houve um evento assustador na sua gestão no Ministério. Greve de policial é proibida, porque é motim de pessoas armadas. E que foram armadas pela sociedade com o fim exclusivo de protegê-la. Policiais militares se amotinaram no Ceará, desafiando o governador Camilo Santana e levando medo à população. Moro enviou o coronel Aginaldo Oliveira para resolver o conflito. Lá, o coronel definiu os amotinados como corajosos e gigantes", relembra. "Moro teve curta experiência administrativa e deixou lacunas e contradições", pontua.