Perigo de uma invasão russa parece crescer, com cerca de 150 mil soldados estacionados nas fronteiras ucranianas.
As fronteiras da Ucrânia foram reconhecidas pela Rússia em vários acordos internacionais, incluindo o Memorando de Budapeste de 1994 (DW) DW
A Ucrânia é o maior país do continente europeu em termos de área, e se formou como Estado pela primeira vez após a Primeira Guerra Mundial. A partir de 1922, passou a integrar a União Soviética, só se declarando independente em 24 de agosto de 1991. As fronteiras da Ucrânia foram reconhecidas pela Rússia em vários acordos internacionais, incluindo o Memorando de Budapeste de 1994. Economicamente, a Ucrânia permaneceu dependente da Rússia mesmo após a independência, mas politicamente Kiev buscava cada vez mais a proximidade com a União Europeia e a Otan. Isso atingiu um primeiro auge com a Revolução Laranja em 2004, que resultou na eleição do candidato pró-ocidental Viktor Yushchenko como presidente. Em novembro de 2013, seu sucessor pró-Rússia, Viktor Yanukovych, bloqueou a assinatura do acordo de associação com a UE, que ele havia apoiado anteriormente. Os protestos na Praça da Independência (Maidan) contra essa decisão controversa levaram à queda de Yanukovych, algumas semanas depois.
No primeiro semestre de 2014, a Rússia conquistou e anexou a península ucraniana da Crimeia. Embora a anexação da Crimeia tenha ocorrido sem derramamento de sangue, desde 2014 uma guerra no leste da Ucrânia causa vários mortos. Separatistas apoiados pela Rússia lutam pela separação da Ucrânia de duas autoproclamadas repúblicas, Donetsk e Lugansk. Segundo a ONU, mais de 13 mil já morreram nesta guerra. Mais de 1,4 milhão de ucranianos ainda são considerados deslocados internos. Em fevereiro de 2015, foi acordado o Acordo de Minsk, um plano de paz entre a Rússia e a Ucrânia, sob mediação franco-alemã, mas está atualmente suspenso. Desde o início da guerra no leste da Ucrânia foram quebrados mais de 20 cessar-fogos acordados.
Expansão controversa da Otan
Após o fim da Guerra Fria, a Otan seguiu uma "política de portas abertas". Na cúpula de 2008 em Budapeste, a aliança militar apresentou à Ucrânia uma perspectiva de adesão – sem, contudo, citar uma data específica. Impedir a adesão da Ucrânia à Otan é um dos objetivos mais importantes da Rússia na atual crise, porque a Rússia diz sentir-se ameaçada pela perspectiva de ter a Otan nas proximidades de suas fronteiras.
Escalada militar
Há alguns meses, a Rússia começou a concentrar equipamentos militares pesados (tanques, artilharia, helicópteros de ataque) nas fronteiras com a Ucrânia. Existem agora cerca de 150 mil soldados na Rússia e em Belarus, aptos a cruzar rapidamente as fronteiras ucranianas por terra, mar ou ar. Na versão oficial de Moscou, contudo, esses soldados estariam apenas participando de manobras militares. Em resposta ao acúmulo de tropas russas nas fronteiras ucranianas, a Otan também enviou tropas adicionais a seu flanco leste. As Forças Armadas alemãs também estão participando desta operação com 350 soldados adicionais e cerca de 100 veículos militares para a Lituânia. Assim, ao fim desse reforço quase mil soldados alemães estarão estacionados na ex-república soviética no Báltico. Ao contrário da Alemanha, outros parceiros da Otan, como EUA, Polônia e Reino Unido, estão apoiando a Ucrânia na atual crise com equipamentos militares.
DW/dom total///