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Filme “Medida Provisória”: obra produzida pela negritude ocupa 150 salas de cinema

Obra de Lázaro Ramos, que traz o tema do racismo para o centro do debate, estreiou nesta quinta-feira nos cinemas

 

Mariana Lemos, Afonso Bezerra e Lucas Weber Brasil de Fato | São Paulo (SP) | 14 de Abril de 2022 às 20:38

Seu Jorge e Alfred Enoch em cena do filme "Medida Provisória" – Medida Provisória / Divulgação

 

O filme Medida Provisória, do diretor Lázaro Ramos, que chega nesta quinta-feira aos cinemas de todo o Brasil, já chamou a atenção antes mesmo do público assisti-lo. Essa é a “primeira vez que um filme feito pela negritude ocupa 150 salas de cinema”, afirma o ator Aldri Anunciação, que interpreta o personagem Ivan na trama. Anunciação, para além de ator, é também roteirista, dramaturgo, escritor e produtor. Baiano, foi forjado na mesma escola de Teatro de Wagner Moura. Foi descoberto por seu vizinho: ninguém mais, ninguém menos que o escritor Jorge Amado, que teve papel fundamental para que ele entrasse para o mundo das artes. Em 2011 Aldri começou a produção do livro Namíbia Não!, que veio dar origem ao filme que estreia nesta semana. Em 2012 o livro foi lançado e no ano seguinte ganhou o Prêmio Jabuti. Porém, a obra, que foi pensado com uma perspectiva distópica, acabou se revelando algo próximo da realidade. “Na hora que foi feito o livro eu tava muito certo de que era uma distopia. De que era algo praticamente impossível de acontecer. Acontece que as obras de arte vão sofrendo mutações ao longo do tempo, a obra de arte é uma conexão com a realidade. Ela existe por conta de uma realidade que tá ali.” Em entrevista ao Brasil de Fato, Aldri Anunciação falou tanto sobre sua trajetória artística e sobre como foi aliar suas ideias a outros roteiristas para fazer nascer Medida Provisória. Ele fala sobre racismo estrutural e os impactos que espera que o filme tenha tanto para a negritude, quanto para a branquitude que se propõe a ser antirracista.

 

 

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