Boletim do Dieese análise os acordos e convenções trabalhistas registrados no Ministério do Trabalho.
Foto: Luiza Castro/Sul21
O boletim mensal “De Olho nas Negociações”, divulgado nesta terça-feira (19) pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), aponta que 52% dos 231 acordos e convenções coletivas fechados em março deste ano tiveram reajustes abaixo da inflação calculada pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), que chegou a 10,8% no acumulado de 12 meses. Levando em conta o primeiro trimestre do ano, 39,9% dos reajustes salariais concedidos no ano foram abaixo da inflação. O boletim, que analisa os acordos e convenções trabalhistas registrados no Ministério do Trabalho e Previdência, indica que 51,9% dos acordos fechados em março foram abaixo do INPC, 34,2% foram iguais ao índice de 13,9% acima, ou seja, tiveram ganho real. Já nos 1.771 acordos firmados no primeiro trimestre, 39,9% tiveram reajustes abaixo do INPC, 30,9% iguais e 29,2% acima. Pelos cálculos do Dieese, a massa salarial dos trabalhadores que receberam reajuste no período variou negativamente em 0,49% ante a inflação. Na análise por setor econômico, o setor da indústria foi aquele com o maior número de acordos acima da inflação.
Dos 578 reajustes concedidos para trabalhadores da indústria, 33,7% foram acima do INPC, 33,9% foram iguais e 32,4% abaixo. No setor de serviços, que teve 1.029 reajustes no primeiro trimestre, 29,4% deles foram acima, 26,6% iguais e 43,9% abaixo do INPC. No setor de comércio, que teve 164 reajustes, 12,8% foram acima, 53% iguais e 34,1% abaixo do INPC. Na análise por região, os três estados do sul foram aqueles com o menor número de reajustes abaixo da inflação, com 27,4% dos 387 acordos firmados entre janeiro e março. Contudo, também foi aquela com o maior número de acordos equivalentes ao INPC, 48,1%. Os demais 24,5% foram acima da inflação. A região com o maior número de reajustes acima da inflação foi a Sudeste, com 41,9%. Já os piores índices foram registrados na região Centro-Oeste, que teve o maior número de acordos abaixo da inflação (62,7%) e o menor acima (17,8%).
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