Questionado sobre áudios que atestam prática de tortura no período militar, vice-presidente disse que os envolvidos "já estão todos mortos" 20 de abril de 2022, 17:23 h
Hamilton Mourão (Foto: Reprodução)
O vice-presidente Hamilton Mourão (Republicanos) foi denunciado nesta quarta-feira (20/4) à Corte Interamericana de Direitos Humanos por ironizar áudios do Superior Tribunal Militar (STM) que atestam a prática de tortura durante a ditadura militar no Brasil. A ação, ajuizada pelo Partido Socialismo e Liberdade (PSol), pede que as falas do general sejam anexadas ao processo que acusa o presidente Jair Bolsonaro (PL) de descumprimento de uma condenação do país por violações de direitos humanos na Guerrilha do Araguaia. “Deste modo, a revelação do conteúdo dos áudios faz ainda mais insustentável a sistemática continuidade da inércia do Estado brasileiro, caracterizando um periculum in mora para toda a sociedade”, diz a peça. “Impõe-se o imediato cumprimento da sentença, porque ampliado a inconstitucionalidade grave e o descumprimento de preceitos elementares, bem como um flagrante inconvencionalidade pelo descumprimento do estatuído no art. 68, 1º da Convenção Americana sobre Direitos Humanos, devidamente ratificada pelo Brasil, que estipula que: ‘Os Estados-Partes na Convenção comprometem-se a cumprir a decisão da Corte [Interamericana de Direitos Humanos] em todo caso em que forem partes’”, argumenta o partido no documento.
No documento, a legenda ainda defende que o descumprimento da sentença implica na “massiva e forte violação de direitos fundamentais, alcançando a transgressão à dignidade da pessoa humana”, dada a natureza do asssunto: a ditadura militar, classificada pela sigla como “crimes contra a humanidade”. “Esperamos que a Corte Interamericana receba a nossa denúncia e leve adiante, para que no Brasil não exista mais a naturalização e elogio de tanto terrror”, diz a líder da bancada do PSol na Câmara dos Deputados, Sâmia Bonfim. O Metrópoles questionou o vice-presidente Hamilton Mourão sobre a ação ajuizada contra ele, mas até a última atualização desta reportagem não obteve resposta. O espaço segue aberto.
Metropoles/247///