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LGBTs somam mais de 2,9 milhões de pessoas no país

Dados sobre LGBTs só foram divulgados depois que MPF acionou o IBGE na Justiça para cobrar falta das informações sobre orientação sexual no Censo

Por Douglas Glier Schutz / Publicado em 25 de maio de 2022.

Informações foram coletadas em 2019 e fazem parte da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) Tomaz Silva/Agência Brasil

 

 

Dados inéditos sobre a orientação sexual da população brasileira finalmente foram divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta terça-feira, 25. Após ouvir 159,2 milhões de pessoas, todas maiores de 18 anos, a pesquisa identificou que 94,8% dos entrevistados se consideram heterossexuais. Sobre as populações LGBTs 1,2%, se consideram homossexuais e 0,7% bissexuais. As informações são de 2019 e fazem parte da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS), realizada pelo próprio Instituto. Porém, elas foram divulgadas somente após o Ministério Público Federal (MPF) acionar o IBGE na Justiça para questionar a falta das informações sobre a orientação sexual da população no Censo 2022 – que não consta no questionário.

LGBTs

Os números também mostram que 1,7 milhão de pessoas não sabiam informar sua orientação sexual.Outro dado expressivo é o de participantes que não quiseram responder sobre a sua orientação, 3,6 milhões. Entre os LGBTs, o número é maior que a soma de homossexuais e bissexuais, 2,9 milhões. Aqueles que declararam outra orientação (pansexual, assexual somam 0,1%, cerca de 90 mil pessoas).

Índice pode ser maior

Para a mestre em Educação, Claudia Penalvo, que atua nas áreas de sexualidade, juventude, educação em saúde e gênero e sexualidade, os números podem ser maiores na população LGBT, e ter sofrido impacto por medo das pessoas entrevistadas. “Se fizessem com população de idade inferior (jovens), arrisco a dizer que esse índice seria maior”, aponta. Conforme o IBGE, a bissexualidade é maior entre as mulheres (65,6%), enquanto, entre os homens, 56,9% se consideram homossexuais. Essas duas parcelas da população, de acordo com a pesquisa, fazem parte de um grupo com renda e nível de ensino mais elevado, 3,2% possuem ensino superior, enquanto 0,5% tem apenas o nível fundamental ou escolaridade incompleta.

Empregabilidade

Penalvo explica que a revelação desses dados é mais uma prova da necessidade de debate sobre as políticas públicas para a população LGBTQIA+. “Não se pode mais fugir dessas discussões e do reconhecimento dessa parcela da população, tanto na saúde, quanto na educação ou empregabilidade”, ressalta. Ela ainda salienta que também é necessário entender a sexualidade enquanto um exercício de liberdade e de fluidez. Matéria realizada pelo estagiário Douglas Glier, com supervisão de César Fraga, editor executivo.

 

 

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