O pré-candidato ataca privatizações e diz que quem quiser comprar Petrobras "que se prepare" caso seja eleito
Por Flávio Ilha / Publicado em 1 de junho de 2022
Lula advertiu que as empresas candidatas a adquirir as estatais brasileiras terão de enfrentar sua oposição
Foto: Reprodução/YouTube
O pré-candidato do PT à presidência da República, Luiz Inácio Lula da Silva, atacou nesta quarta-feira, 1º, em Porto Alegre, os planos de privatização da Petrobras e da Eletrobras. Em ato que tinha como objetivo discutir a soberania nacional, Lula advertiu que as empresas candidatas a adquirir as estatais brasileiras terão de enfrentar sua oposição. O ex-presidente estava acompanhado no evento de seu candidato a vice-presidente, Geraldo Alckmin (PSB). “É isso que vou fazer (se for eleito). Quem quiser se meter a comprar a Petrobras ou a Eletrobras que se prepare, pois vai ter conversar conosco depois das eleições. Porque o seu Guedes está tentando vender até os tapetes do Palácio do Alvorada”, disse Lula em seu discurso.
O ex-presidente disse ainda que não quer “um estado fraco nem pequeno, mas um estado responsável pela saúde, educação, pelo aumento do salário mínimo e da cidadania”. Lula inaugura série de eventos O ato foi o primeiro de uma série de roteiros que a chapa Lula-Alckmin fará pelo país antes do início formal da campanha, previsto para agosto. Os dois entraram no palco exatamente às 19h. Foram ovacionados pelas mais de 5 mil pessoas presentes à arena de shows Pepsi On Stage, na zona norte de Porto Alegre. Lula chamou a ex-presidente Dilma Rousseff para acompanhá-los na passarela que avançava sobre a plateia. O ato reuniu representantes de uma frente de partidos em apoio à candidatura petista, incluindo PSOL, PC do B, Rede, PV e Solidariedade.
O PSB gaúcho, que compõe a chapa majoritária não enviou representante. Também estavam compondo a mesa os ex-governadores Olívio Dutra e Tarso Genro, o ex-ministro Aloizio Mercadante, a ex-deputada federal Manuela d’Avila (PC do B), o ex-governador do Paraná Roberto Requião e a presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann. União da esquerda Lula, no seu discurso, também apelou apelo aos partidos de esquerda para que se empenhem pela unidade no processo eleitoral. Segundo ele, a esquerda não tem mais fôlego para vencer eleições sozinhos; O recado não foi somente para o racha na esquerda do Rio Grande do Sul, mas também para Ciro Gomes (PDT). “Em 1989, precisei de quatro horas para convencer o (ex-governador Leonel) Brizola a me apoiar no segundo turno. Foi a primeira vez que o PDT transferiu 100% dos votos”, disse.
O ex-presidente repetiu o apelo que fez pela manhã, em reunião com os partidos que o apoiam em nível nacional, pela unidade da esquerda. “Apelo para que sentem à mesa, tomem um aperitivo se quiserem, mas tentem encontrar uma solução. Comício sem estarem todos os candidatos fica uma coisa meia troncha”, afirmou. Alckmin Alckmin, que antecedeu Lula nos discursos, falou por menos de três minutos e declarou que vai “suar a camisa” para permitir a volta de Lula à presidência. A ex-presidente Dilma Rousseff foi uma das mais aplaudidas da noite. Disse que o desmonte do país é generalizado e ironizou as “pedaladas fiscais” que embasaram seu processo de impeachment, em 2016.
“Pedaladas fiscais para um governo que respeitou todos os artigos da lei orçamentária? É um absurdo. Crime é deixar que o orçamento seja usado de forma clientelista e fisiológica, distribuindo dinheiro para apaniguados”, afirmou. Também lembrou o assassinato de Genivaldo de Jesus Santos, em Ubaúba (SE), pela Polícia Rodoviária Federal. “É uma prova visível de que o país foi destruído. Quando um homem adulto é morto dentro de um carro da Polícia Rodoviária Federal, num processo similar à uma câmara de gás, há algo de podre nas instituições”, definiu. Partidos A presidente do PT, Gleisi Hoffmann, destacou os sete partidos que compõem a aliança em torno de Lula e Alckmin e disse que a reprodução dessa frente no Rio Grande do Sul é fundamental para enfrentar o que chamou de “barbárie”. Segundo ela, só um “palanque forte” é capaz de garantir um país soberano, sem fome. “Precisamos repetir aqui as alianças que estamos construindo em nível nacional”, afirmou. Manuela D’Ávila classificou o governo de Bolsonaro como de “terror, ódio, violência, desemprego fome, racismo e machismo”. E desafiou os participantes a transformarem o Rio Grande do Sul “num estado vermelho”, em alusão às intenções de voto nas pesquisas eleitorais – o Rio Grande do Sul aparece como indefinido em relação a Lula ou Bolsonaro.
Em 2018, Bolsonaro venceu o segundo turno com 68% dos votos. O presidente estadual do PT, deputado federal Paulo Pimenta, disse que o partido está empenhado em construir um “palanque da unidade”. “Nós estamos apresentando um nome para construir a unidade e derrotar o fascismo”, definiu. Preocupação com a segurança de Lula A arena alugada para o evento estava lotada. Os portões abriram às 15h, mas desde o final da manhã já havia a formação de filas para ingressar no local – mesmo com a temperatura beirando os 10 graus e uma chuva fina persistente. As preocupações com a segurança foram dominantes antes do evento, o que provocou a formação de filas para ingresso no local do evento. Todas as pessoas passavam por uma minuciosa revista com detectores de metal. Sacolas e mochilas também passavam por revista. Não foi permitida a entrada de garrafas plásticas e nem de recipientes com alimentos.
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