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Conheça o game inspirado na cultura gaúcha

Jogo faz referências às atividades no campo, a gírias locais e ao folclore do Estado.

Jogo Gaucho and the Grassland é desenvolvido por uma empresa gaúcha (Foto: Epopeia Games / Divulgação)

Um gaúcho cansado da vida na cidade, que retorna à fazenda onde cresceu e precisa reconstruir o lugar. Esse é resumo da história de Gaucho and the Grassland (Gaúcho e o campo, em português), um jogo inspirado na cultura do Rio Grande do Sul que será lançado em diversas plataformas até 2023.

O game faz referências às atividades no campo, a gírias do Estado e mitos do folclore gaúcho. O trabalho é desenvolvido pela Epopeia Games, uma empresa gaúcha que desenvolve jogos digitais no Brasil e no exterior desde 2010. De acordo com o CEO da empresa, Ivan Sendin, 34 anos, a ideia de um jogo inspirado na cultura do Rio Grande do Sul surgiu em 2017.

À época, um vídeo sobre como seria o jogo foi feito pelos desenvolvedores. O material recebeu elogios de jogadores e chamou a atenção de empresas interessadas em investir no projeto. Mas, no fim, o CEO e os outros sócios da Epopeia não se sentiram “maduros” para o trabalho naquele momento. Por isso, optaram por desenvolver outros dois jogos para “ganhar experiência” e, assim, engavetaram a ideia.

O projeto se tornou prioridade da empresa em 2020, quando os criadores receberam R$ 100 mil do Fundo de Apoio à Cultura (FAC) do governo estadual, por meio de um edital que selecionou projetos destinados “a movimentar a produção cultural do Estado”.

— Estudamos o mercado e vimos que o nicho de farm simulator (simulador de fazenda) tem um potencial muito forte de venda e cai como uma luva na cultura gaúcha. Enxergamos um grande potencial — diz Sendin, que é formado no curso de jogos digitais da Universidade Feevale.

O dinheiro do edital serviu para pagar 40% do produto. O restante do investimento foi feito com recursos da Epopeia. O orçamento do projeto é de US$ 50 mil (cerca de R$ 270 mil). Hoje, 12 pessoas trabalham no desenvolvimento do jogo.

A inspiração

“É um Animal Crossing com a temática gaúcha”, resume o desenvolvedor sobre Gaucho and the Grassland. Além do famoso jogo da Nintendo, os criadores se inspiraram em contos do escritor Simões Lopes Neto. O cenário é a década de 1920.

— O gaúcho está frustrado com a vida na cidade e deseja retornar para o seu pago, à fazenda onde era feliz. O objetivo é reconstruir todo o lugar para que ele se torne habitável para os humanos e, ao mesmo tempo, resgata memórias para descobrir onde estão os pais — explica o CEO da Epopeia.

Veja o trailer do jogo:

As atividades no jogo são aquelas da rotina de uma propriedade do interior: laçar bois, cuidar de vacas, cultivar erva-mate. Como não há dinheiro, o protagonista terá de trocar coisas: animais por um terreno, carne ou couro por algum produto que a fazenda não consiga produzir. Para construir estruturas de madeira, o gaúcho derrubará araucárias da floresta. Os “auxiliares” dos donos da fazenda nas atividades são um cavalo, o Pingo, e um cachorro, o Cusco.

— Na fazenda, a fantasia está viva e o gaúcho terá de desvendar coisas. O Negrinho do Pastoreio ajudará a explorar os locais. O Boitatá protege certas partes do universo — diz.

No início do desenvolvimento do trabalho, o game era chamado de “Pago – Um jogo sobre o reencontro do Gaúcho com sua Querência”. No entanto, a empresa optou por mudar para Gaucho and the Grassland, para explicar, de forma mais fácil, a cultura gaúcha para quem não a conhece.

— No mercado internacional, o gaúcho é um cowboy da América Latina. Assim, lá fora, eles entendem o que é a cultura gaúcha. (A troca de nome) foi uma forma de universalizar o jogo — explica Sendin.

Mesmo assim, expressões como “Bah”, “Tchê”, “Mazá”, “Fizeste um bom negócio”, “Oigalé” e “Opa”, entre outras, serão mantidas.

O jogo será disponibilizado para Xbox, Playstation, Nintendo Switch e computador. No momento, o game tem uma página na Steam, mas não é possível comprá-lo. A ideia é que ele esteja disponível em 28 idiomas e custe US$20 (cerca de R$ 110) para usuários de fora do país; o preço do produto para o Brasil ainda é estudado.

Fonte: Vinicius Coimbra – GZH