Candidato petista acabou na frente, mas por margem bem menor do que indicavam pesquisas
O Brasil vai definir o novo presidente da República no segundo turno. Com a consolidação dos resultados, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) alcançou 48,39% e o candidato à reeleição Jair Bolsonaro (PL) obteve 43,23% dos votos válidos. Lula e Bolsonaro terão mais três semanas de campanha para disputar os votos dos eleitores e o 2º turno acontecerá no dia 30 de outubro.
Os percentuais dos candidatos confirmam as pesquisas de intenção de voto dos últimos dias. Os principais institutos apontavam uma indefinição sobre o fim da disputa ainda no primeiro turno, mas com vantagem de Lula. Desde o início da campanha eleitoral, o petista se manteve à frente nas pesquisas de intenção de voto, sempre seguido por Bolsonaro. E nenhum dos nomes apresentados como alternativa demonstrou capacidade de se aproximar dos dois candidatos. A diferença foi o crescimento de Bolsonaro em relação ao que indicavam os institutos de pesquisa. O candidato à reeleição liderou boa parte da apuração e só foi ultrapassado por Lula na reta final.
Toda a disputa eleitoral foi marcada pelo enfrentamento direto entre Bolsonaro e Lula. A campanha de petista apostou na demonstração das diferenças dos governos de Lula para a gestão de Bolsonaro – especialmente em temas como o combate à fome, a geração de emprego e a ampliação do financiamento em áreas como educação. Nos últimos dias, o esforço de militantes foi para conquistar os votos anti-bolsonaristas que iriam para Tebet e Ciro, com a intenção de encerrar a disputa ainda no 1º turno.
Já o atual presidente Jair Bolsonaro realizou uma campanha enfatizando os episódios de corrupção das gestões petistas de Lula e da ex-presidenta Dilma Rousseff (PT). Apesar da tentativa de se aproximar dos eleitores moderados, Bolsonaro realizou uma campanha marcada por episódios de questionamento da legitimidade do processo eleitoral, ataques a adversários e jornalistas.
A terceira via que não se concretizou
A tentativa de construção de uma candidatura de terceira via acabou não se concretizando, mas alçou um novo quadro político no cenário nacional: Simone Tebet (MDB). Com o slogan “Eles não, ela sim”, a senadora do Mato Grosso do Sul se destacou nos debates presidenciais e se projetou a partir de enfrentamentos diretos com Bolsonaro – especialmente em questionamentos sobre o combate à pandemia de covid-19 pelo governo federal. Desconhecida pela maior parte do eleitorado, Simone saiu vitoriosa das eleições presidenciais e, caso Lula seja eleito presidente, tem o nome ventilado para assumir um ministério. Ela terminou em terceiro lugar, com 4,16% dos votos.
Por outro lado, Ciro Gomes (PDT), sai da disputa eleitoral com percentual de votos muito menor na comparação com o próprio desempenho em 2018 – quando obteve 12,47% dos votos e foi considerado o principal nome na terceira via. Ao longo da campanha, Ciro foi bastante criticado, inclusive por seus eleitores, pela aproximação com discursos bolsonaristas – especialmente ao equiparar as candidaturas de Lula e Bolsonaro. A campanha também foi criticada pela estética e pelos acenos a Bolsonaro. Ele encerra o primeiro turno com 3,05% dos votos.
Soraya Thronicke (União Brasil) recebeu menos de 1% dos votos. A senadora do Mato Grosso do Sul ficou conhecida pelos posicionamentos nos debates presidenciais e, possivelmente, foi a campeã de memes na internet, especialmente no fim da campanha eleitoral. Já Luiz Felipe D’Ávila (Novo) não repetiu o desempenho do candidato do partido em 2018, João Amoedo. Na disputa anterior, o partido Novo fez 2,5% dos votos. Em 2022, D’Ávila recebeu apenas 0,47% dos votos.
Padre Kelmon (PTB) recebeu 0,07%. Leonardo Péricles (UP) 0,05%, Sofia Manzano (PCB) 0,04, Vera (PSTU) 0,02% e Constituinte Eymael 0,01%.
Fonte: Sul 21