Em 2023, as ações do grupo voltaram-se prioritariamente para as demandas das populações camponesas atingidas
Depois da atuação junto às enchentes ocorridas no Vale do Taquari em setembro e novembro de 2023, as organizações populares e religiosas e os movimentos sociais que formaram a Missão Sementes de Solidariedade permaneceram congregadas preventivamente e, neste momento em que a tragédia socioambiental se repete em proporções ainda mais severas, se preparam para voltar à ação.
Ainda que um número significativo das pessoas envolvidas anteriormente nesta Missão hoje estejam do outro lado, como afetados, a campanha já foi colocada em prática para iniciar ações imediatas após o recuo das águas, previsto para os próximos dias.
Estava programada uma reunião de planejamento no Convento Franciscano São Boaventura, no distrito de Daltro Filho, em Imigrante, para a última quinta-feira (2), que foi cancelada com o início das chuvas e as interrupções de vias. Enquanto ainda havia condições normais para reuniões virtuais e conversações por telefonia e aplicativos de mensagem foi estabelecida a necessidade de se passar a mobilização imediata para a retomada das ações em campo.
“Primeira ação sempre é socorrer as pessoas em risco de vida, nestes primeiros momentos convocamos toda a militância dos movimentos e integrantes das demais organizações com possibilidade de atuar junto às áreas atingidas para se colocarem a serviço”, explicou Frei Sérgio Görgen, dirigente do Instituto Cultural Padre Josimo e Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA).
“Em outra ponta estamos intensificando os contatos e buscando informações sobre muitos companheiros e companheiras que vivem nas áreas atingidas e podem estar necessitando de ajuda, isso não pode sair do nosso radar, muitos daqueles e daquelas que ano passado se colocaram a serviço para ajudar, hoje podem estar precisando de ajuda”, explica o jornalista Marcos Corbari, que integra a redação do Brasil de Fato RS e faz parte das ações da Missão.
Em 2023, as ações do grupo voltaram-se prioritariamente para as demandas das populações camponesas atingidas, pequenos agricultores e agricultoras que haviam perdido seus roçados e animais. Esse público novamente deve receber atenção especial da Missão Sementes de Solidariedade, mas outros segmentos sociais também deverão ser contemplados, a depender do alcance que a mobilização conseguir alcançar.
Jacira Ruiz, da Cáritas RS, organização vinculada à Igreja Católica que concentra e conduz a aplicação das doações recebidas, explica que embora o cenário ainda esteja longe de uma estabilização, todos aqueles e aquelas que têm disposição em ajudar e disponibilidade de recursos – sejam financeiros, alimentos não perecíveis, materiais de limpeza, roupas, colchões, cobertores e força de trabalho – podem conversar com as organizações participantes, a começar pela Cáritas e pelo MPA, que estão presentes em todas as regiões do estado.
Outras organizações e movimentos que fazem parte da Missão Sementes de Solidariedade são: Comissão Pastoral da Terra (CPT), Diocese de Santa Cruz do Sul, Movimento dos Atingidos e Atingidas por Barragens (MAB), Instituto Koinós, CanoasTec, Ordem Franciscana através do Serviço de Justiça, Paz e Integridade da Criação (JPIC), Sindipetro RS, Grito dos Excluídos e das Excluídas, Instituto Conhecimento Liberta (ICL), cooperativas camponesas Cooperbio e Cooperfumos, bem como os já citado MPA, ICPJ e Cáritas.
As doações em dinheiro podem ser encaminhadas para a Cáritas RS através do PIX: 33654419/0010-07(CNPJ) ou através da conta no Banco do Brasil número 55450-2, agência 1258-3, em nome da Cáritas Brasileira.
*Fonte: Brasil de Fato