Territórios da Escrita oferece formação online e gratuita para mil novos escritores, promovendo inclusão e diversidade no cenário literário
O Ministério da Cultura (MinC), em parceria com a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), lançou nesta sexta-feira (1º), em Porto Alegre, o inovador Programa Territórios da Escrita. O projeto se destaca como o primeiro curso público, online e gratuito de formação básica em escrita literária. O objetivo é formar novos escritores pelo país, bem como promover a diversidade de publicações editoriais.
O programa busca alcançar mil participantes de todo o Brasil, universitários ou não, interessados em aprimorar suas habilidades de escrita. Com um corpo docente de referência, as aulas são realizadas online e cobrem sete trilhas literárias: poesia, crônica, conto, dramaturgia, literatura infantil, literatura juvenil e narrativa longa.
A ministra Margareth Menezes ressaltou o valor da iniciativa em democratizar o acesso à cultura e ao conhecimento.
“O Programa Territórios da Escrita segue um compromisso do presidente Lula com a Política Nacional de Leitura e Escrita (PNLE), articulando esforços entre o Ministério da Cultura e o Ministério da Educação, para o desenvolvimento de ações concretas para a área do livro, leitura, escrita e literatura com o objetivo de construirmos um país de leitores e leitoras, e de escritores e escritoras como garantia de direitos”, disse.
Ela ainda complementou: “Acreditamos que a escrita é um instrumento de emancipação, que permite materializar realidades e possibilidades infinitas, nos conectando com outras temporalidades, criando e recriando identidades”.
O Territórios da Escrita integra a PNLE e reflete o compromisso do MinC em fomentar a literatura como expressão da diversidade cultural e social do Brasil, como explica Fabiano Piúba, secretário de Formação, Livro e Leitura do MinC.
“Estamos desenhando este programa em parceria com diversas universidades em cada região do país, garantindo que essa iniciativa tenha alcance e representatividade nacional. A ideia é que esse projeto se torne referência e permita uma ampliação futura com outras instituições. Seguimos comprometidos com a formação permanente para mediadores de leitura, escrita criativa, e gestores culturais, fomentando o entendimento da literatura como expressão da diversidade”, destacou Fabiano Piúba.
Jane Tutikian, coordenadora do projeto e professora da UFRGS, falou sobre o pioneirismo da iniciativa.
“O projeto Territórios da Escrita visa formar novos escritores e escritoras em todo o território nacional, abrangendo todos os gêneros literários e oferecendo oportunidades inclusivas. Este é um projeto pioneiro, único em nosso país, que busca promover a diversidade e garantir que a formação básica em escrita literária seja acessível para todos”, disse.
Seleção
O edital de inscrição está aberto até 30 de novembro e pode ser acessado no Portal do Projeto. A primeira fase do projeto contempla a seleção de mil participantes, com 50 estudantes que atuarão como monitores para auxiliar os professores das trilhas.
O processo seletivo inclui ações afirmativas para garantir maior inclusão: 25% das vagas são destinadas a negros (pretos e pardos), 10% a indígenas e 5% a pessoas com deficiência. Além disso, há uma desconcentração regional, com pontuação adicional para candidatos das regiões Centro-Oeste, Norte e Nordeste.
Na segunda etapa do programa, serão selecionados os 100 melhores cursistas, que receberão bolsas de R$ 2 mil mensais, durante seis meses, para desenvolverem suas próprias obras literárias.
Já o vice-reitor da UFRGS, Pedro Costa, destacou a importância do projeto no contexto da educação superior.
“A universidade pública é um dos poucos espaços que ainda preserva a formação de professores, a cultura, as artes e o pensamento crítico. Isso é algo que não podemos perder de maneira nenhuma. Precisamos que a universidade pública reverbere, colabore e execute políticas que ajudem a avaliar e melhorar a sociedade, pois isso faz parte de um projeto de universidade engajada e comprometida com o povo brasileiro”, concluiu.
PNLE
Sancionada em 12 de julho de 2018 pela Lei n° 13.696, a Política Nacional de Leitura e Escrita (PNLE) é uma iniciativa de caráter permanente que visa fomentar a literatura, a escrita, o livro e as bibliotecas de acesso público no país. Sua implementação será feita em parceria pelos Ministérios da Cultura e da Educação, com a colaboração dos estados, Distrito Federal, municípios, sociedade civil e entidades privadas.
Fonte: Ascom Ministério da Cultura