Avanço foi influenciado pela recuperação da Agropecuária e pelas obras de reconstrução

O Departamento de Economia e Estatística (DEE), vinculado à Secretaria de Planejamento, Governança e Gestão (SPGG), divulgou nesta quinta-feira (3) que a economia gaúcha cresceu 4,9% em 2024, acima dos 3,4% registrados no Brasil. De acordo com os dados, o resultado do Produto Interno Bruto (PIB) foi impulsionado pela recuperação da Agropecuária, que teve alta de 35% na comparação com o ano anterior. O setor de Serviços teve alta de 3,5%, enquanto a Indústria apresentou oscilação de -0,4%.
Quando considerado apenas o quarto trimestre do ano de 2024, o Rio Grande do Sul teve alta de 1% no PIB em relação ao trimestre anterior, enquanto o País registrou oscilação de 0,2%. Contudo, destaca-se que, no período, a Agropecuária registrou queda de 4,9%, enquanto a Indústria avançou 0,7% e os Serviços cresceram 1,1%.
Martinho Lazzari, economista do DEE, pontuou que o resultado positivo também foi influenciado pelas obras de reconstrução do Estado. “Apesar dos impactos do desastre climático de maio na economia, o PIB do Rio Grande do Sul cresceu acima da média nacional no ano. Esse resultado se deve principalmente à recuperação da safra agrícola, mas também ao aumento das vendas no comércio, impulsionado, em parte, por transferências de renda e pelo maior gasto privado na recomposição de bens, e à expansão da construção civil no segundo semestre do ano, estimulada por obras de reconstrução”, avaliou.
O PIB do Rio Grande do Sul totalizou em 2024 R$ 706,82 bilhões (6,02% do PIB nacional), e o PIB per capita registrou o valor de R$ 62.941, crescimento de 4,8% na comparação com 2023. Em comparação com o PIB per capita do Brasil, de R$ 55.247, o do Estado foi 13,9% superior em 2024.
Resultados por setor
O resultado da Agropecuária foi influenciado pela recuperação na produção em relação a 2023, quando as lavouras foram fortemente afetadas pela estiagem. A Soja teve o melhor resultado, com alta de 43,8%. Milho (+13,9%) e Trigo (+41,2%) também tiveram resultados expressivos, enquanto o Arroz (+0,3%) apresentou estabilidade na produção anual e a Uva (-24,2%) e o Fumo (-3,9%) tiveram queda na produção total.
Já o resultado da Indústria apresentou oscilação foi influenciado pelo recuo de 2,5% da Indústria de Transformação, setor industrial mais representativo do semento no Estado. Os demais setores apresentaram resultados positivos, com alta na Indústria Extrativa (+3,0%), Construção (+3,5%) e da Atividade de Eletricidade e Gás, Água, Esgoto e Limpeza Urbana ((+11,5%).
Das 14 atividades da Indústria de Transformação, sete apresentaram alta, entre elas a de Produtos Derivados do Petróleo e Biocombustíveis (+16,8%), Móveis (+11,0%) e Celulose, Papel e Produtos de Papel (+6,3%). Entre as principais baixas estão a de Máquinas e Equipamentos (-18,8%), Bebidas (-13,2%) e Veículos Automotores, Reboques e Carrocerias (-3,2%).
Nos Serviços, as sete atividades consideradas no cálculo do PIB registraram desempenho positivo em 2024, com destaque para os números do Comércio (+7,1%), Outros Serviços (+4,6%), Serviços de Informação (+3,8%) e Transporte, Armazenagem e Correio (+3,6%). Das 10 atividades do Comércio, as principais altas vieram nos setores de Hipermercados, Supermercados, Produtos Alimentícios, Bebidas e Fumo (+11,4%), Comércio de Veículos (+10,7%), Artigos Farmacêuticos, Médicos, Ortopédicos, de Perfumaria e Cosméticos (+10,8%), Materiais de Construção (+9,5%) e Móveis e Eletrodomésticos (+13,4%).
Fonte: Sul 21