Colegiado decidiu criar grupo para aprofundar análise do uso do agrotóxico aplicado principalmente na lavoura de soja

Audiência pública da Comissão de Agricultura, Pecuária, Pesca e Cooperativismo da Assembleia Legislativa determinou a criação de subcomissão para avaliar a suspensão e da proibição da aplicação de herbicidas hormonais nas lavouras gaúchas, especialmente na soja.
O uso inadequado dos herbicidas, principalmente do produto 2,4-D, tem atingido e prejudicado outras culturas, como a vitivinicultura, nozes e maçãs. A decisão foi apresentada pelos deputados Elton Weber (PSB), proponente da audiência, e pelo presidente do colegiado, Zé Nunes (PT). A audiência teve a participação do presidente da Casa, Pepe Vargas (PT).
Outra recomendação é a suspensão imediata de todos os herbicidas hormonais até que os fabricantes comprovem que não prejudicam outras culturas. A subcomissão a ser formada deverá investigar se é possível produzir soja sem 2,4-D.
O produto químico é um herbicida sistêmico seletivo com alta volatilidade e alto potencial de contaminação de culturas sensíveis. A pulverização fora das condições operacionais e meteorológicas adequadas pode gerar deriva de gotas e atingir cultivos vizinhos. O 2,4-D é intensamente utilizado nas lavouras de soja no RS.
O encontro reuniu representantes do setor produtivo, além do governo estadual e do Ministério da Agricultura e Pecuária. A presidente da Associação dos Vinhos Finos da Campanha Gaúcha, Rosana Wagner, defendeu a proibição do agrotóxico.
O presidente do Instituto Brasileiro de Olivicultura (Ibraoliva), Renato Fernandes, afirma que há uma grande preocupação com o futuro da atividade.
“Pessoas que pretendem entrar no setor estão preocupadas se tem área de soja próxima à sua propriedade”, explicou Fernandes.
Fonte: Correio do Povo