Dados da SOS Mata Atlântica divulgados na quarta (24) revelam que menos 1% do desmatamento aconteceu em área de proteção
Dados inéditos, divulgados nesta quarta-feira (24) no Atlas da Mata Atlântica, organizado pela Fundação SOS Mata Atlântica em parceria com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), revelam que o desmatamento no bioma já não está mais numa tendência de queda, como vinha apresentando anteriormente
Em especial os últimos três anos foram de piora generalizada. Entre outubro de 2021 e outubro de 2022 foram desmatados 20.075 hectares do bioma – área equivalente ao município de João Pessoa; maior que Natal e Aracaju e o dobro de Vitória, por exemplo.
O desmatamento registrado nesse período foi 7% menor que o dos 12 meses anteriores, mas foi a segunda maior devastação do bioma nos últimos seis anos.
“Ele é o segundo valor mais alto dos últimos seis anos da série histórica”, disse Guedes Pinto em referência ao registro de perdas até outubro de 2022. “Ele é 70% maior que o menor valor encontrado, em 2017/18, que foi 11.399 hectares, a gente já estava chegando perto de 10 mil hectares, que seria um valor que se aproximava do desmatamento zero, mas infelizmente voltou a crescer o desmatamento nos últimos três, quatro anos”, lamentou.
Segundo o levantamento, os principais estados responsáveis pelo desmatamento foram Minas Gerais, Bahia, Paraná, Mato Grosso do Sul e Santa Catarina. O desmatamento persiste principalmente por conta do agronegócio, para dar lugar a pastagens e culturas agrícolas, além da especulação imobiliária. Cerca de 73% das perdas aconteceram em áreas privadas, enquanto 0,9% da devastação aconteceu em áreas protegidas.
“As unidades de conservação em terras indígenas são fundamentais para a proteção da Mata Atlântica. Neste bioma a gente tem uma proporção muito pequena de parques, áreas de conservação e áreas indígenas em relação à Amazônia, por exemplo. A gente tem de proteção integral, que são aquelas unidades de conservação dedicadas exclusivamente à proteção da biodiversidade, menos de 5% do nosso território do bioma dedicado a isso”, explicou ao Brasil de Fato o diretor da SOS Mata Atlântica, Luís Fernando Guedes Pinto.
*Fonte: Brasil de Fato