Artigo especial na data de aniversário de uma das lideranças políticas e cooperativistas mais proeminentes da região Celeiro: Itiberê Figueira Osório
Tempus fugit. O tempo nos foge. Já trilhamos, sem quase perceber, o caminho da quarta década da partida do amigo Itiberê Osório. Muito pouco tempo convivi com ele, considerando o tempo da sua ausência, mas a curta história que partilhamos trilhando o caminho de nossa mútua utopia política, cristalizou para sempre lembranças na minha memória, como também, tenho certeza de muitas outras pessoas que vivenciaram aquele curto período da história.
Conheci Itiberê do último quinquênio da década de 80, quando o escuro período da ditadura, da liberdade assombrada, foi trocado pela luz da possibilidade de um outro Brasil. A Democracia foi restaurada. Praticamente em todos os anos desse período ocorreram eleições, a exceção de 1987.
Em 1988, o PDT apresentou-se à disputa eleitoral em vista das eleições municipais que ocorreriam nesse ano. Trouxe um filho da terra, cujo sobrenome já era parte da história recente do município. Entrou na disputa como se fora um desconhecido, terminou a eleição, em segundo lugar numa disputa ferrenha que contou com quatro candidaturas. Seu nome de pronto, firmou-se no território político de Três Passos como uma força nova que avançava na direção de um futuro e como uma liderança nova, carismática e forte embora seu porte físico, um tanto miúdo. Conquistou admiração e respeito, para além dos próprios votos que o colocaram próximo da vitória daquela eleição.
O caminho estava em construção. A liderança e o carisma de Itiberê, compunham já um outro cenário e instigava previsões para o futuro que Três Passos clamava. Infelizmente, o que era para ser, a utopia de muitos que o conheciam e com ele construíam a história, fugiu a todos num único instante desdobrados em 45 dias. Restou aos seus amigos e admiradores, a lágrima que ajuda a cultivar, até hoje, as melhores lembranças de quem partilhou com ele esta página da história onde carregávamos nossas utopias com carinho na certeza de um futuro outro para nosso município, nosso estado, nosso país.
Itiberê, sempre!
Artigo: Daniel Ribeiro – filósofo e professor (Especial / Tertúlia Web)