Ministro participou de entrevista com veículos da mídia independente neste domingo e falou sobre planos e desafios do governo federal para a recuperação do Estado
Em entrevista concedida na manhã deste domingo (19) para veículos da mídia independente, que contou com a participação do Sul21, o ministro Paulo Pimenta, empossado na semana passada no Ministério Extraordinário de Apoio à Reconstrução do Rio Grande do Sul, falou sobre os planos e desafios que o governo federal terá pela frente no processo de reconstrução do Estado. Questionado pelo Sul21 sobre como o governo tentará incluir a questão ambiental dentro deste processo, eventualmente exigindo contrapartidas ambientais do governo do Estado e de municípios, o ministro afirmou que ela é “imprescindível”.
Pimenta dividiu a resposta às enchentes no RS em três etapas. A primeira, segundo ele, envolve a ajuda humanitária imediata, em que o governo trabalha para disponibilizar os recursos o mais rápido possível para o Estado e municípios.
A segunda etapa seria de restabelecimento das cidades, o que envolve limpeza, recuperação de pontes, bueiros, entre outras ações, e que também exige agilidade, segundo ele. Nesta etapa, Pimenta pontuou que já há uma preocupação ambiental importante quanto à destinação das toneladas de resíduos retiradas das áreas atingidas no processo de limpeza que ocorre após as enchentes baixarem. “Para onde vai ser levada essa quantidade enorme de lixo agora?”, disse.
Já para o processo de reconstrução, que envolve um debate sobre questões estruturais das cidades e do Estado, Pimenta avalia que a temática ambiental é muito importante. “O Leite falou ‘nós precisamos de um Plano Marshall’. Eu chamo de Plano RS, plano de recuperação sustentável. Nós temos que incluir o tema socioambiental na discussão do projeto futuro, tanto da recuperação da infraestrutura, como da atividade econômica do Estado. Então, para nós, é uma questão fundamental”, afirmou.
O ministro ponderou que há desafios importantes que precisarão ser enfrentados durante o processo de reconstrução, como o fato de que muitas pessoas atingidas moram há décadas em áreas com grande risco de inundação, como são os casos das regiões de ilhas em Rio Grande e Porto Alegre, e que para elas é “inconcebível” não voltar para casa. Neste sentido, avalia que será preciso atualizar os sistemas de diques e casas de bombas para proteger essas localidades, pontuando que acredita ser possível que os novos sistemas protejam mesmo as áreas mais sujeitas a inundações.
“O aspecto socioambiental é absolutamente imprescindível é vai estar no centro da discussão que nós vamos fazer. Tanto do ponto de vista econômico, tanto da compreensão da vida das pessoas e como é que elas se enxergam dentro desse processo de mudanças que vão acontecer daqui para frente”, afirmou.
Confira no vídeo abaixo a íntegra da conversa com o ministro Paulo Pimenta.
*Fonte: Sul 21
