Objetivo é acompanhar todas as etapas da produção, desde a propriedade até o consumidor final
A Universidade de Passo Fundo (UPF), no Rio Grande do Sul, receberá R$ 5 milhões para a criação de um centro de inteligência artificial para monitorar a qualidade do leite e para a compra de equipamentos e a qualificação de laboratórios, com destaque para o Laboratório de Serviços de Análise de Rebanhos Leiteiros (Sarle) e o Centro de Pesquisa em Alimentação (Cepa).
O financiamento, proveniente da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), permitirá o acompanhamento de todas as etapas da produção, desde a propriedade até o consumidor final.
Segundo a instituição, as novas tecnologias permitirão realizar uma análise mais aprofundada do leite, incorporando fatores que influenciam a qualidade do produto, como o ambiente de produção, as condições meteorológicas e os alimentos consumidos pelos animais.
O coordenador do curso de Medicina Veterinária da UPF, professor Carlos Bondan, explica que a inteligência artificial possibilitará uma avaliação mais completa do leite, superando as análises obrigatórias atualmente, e trazendo um diagnóstico mais preciso sobre a saúde do rebanho e o impacto do ambiente na produção.
“Com os equipamentos que vamos adquirir, será possível monitorar o produto de cada animal e disponibilizar esses dados a toda a cadeia produtiva: produtores, indústria, assistência técnica, Secretaria da Agricultura do RS e órgãos reguladores e fiscalizadores. Essas informações serão combinadas, por meio de modelos matemáticos e algoritmos, e servirão para planejar as práticas de saúde e bem-estar animal, resolver os desafios na fazenda, garantindo o máximo de produtividade, eficiência econômica na produção e sustentabilidade ambiental. Isso deve tornar nosso estado numa referência na produção leiteira”, afirma o professor.
O programa conta com a colaboração de uma equipe multidisciplinar formada por pesquisadores de diferentes programas de pós-graduação da UPF e o apoio de entidades e sindicatos do setor leiteiro.
“Não existe hoje no Brasil um monitoramento da qualidade do leite igual ao que estamos propondo, seguro e amplo, desde a propriedade até a indústria. Estados Unidos, Canadá, países da União Europeia, e até mesmo nossos vizinhos Uruguai e Argentina, têm programas de gestão estratégica de dados implementados e ativos. Para a profissionalização da cadeia leiteira, nós não podemos ficar para trás nestes avanços tecnológicos”, afirma Bondan.
Além do projeto de monitoramento da qualidade do leite, os recursos também serão utilizados para a modernização de laboratórios da UPF, como o Cepa, com a aquisição de novos equipamentos de pesquisa avançada.
Fonte: Globo Rural