Segundo Genial/Quaest, Lula lidera com 46% das intenções de voto; Bolsonaro fica com 21% e para de subir depois de três meses.
A 11ª rodada da pesquisa presidencial Genial/Quaest, a mais longa série de sondagem eleitoral com entrevistas presenciais, mostra que os embates do presidente Jair Bolsonaro com o Supremo Tribunal Federal (STF) e com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) interromperam a tendência de crescimento da sua candidatura. A maior parte dos eleitores reprovou o perdão presidencial ao deputado Daniel Silveira, condenado por ameaças aos ministros do STF, enquanto caiu a porcentagem dos que desconfiam das urnas eletrônicas. As intenções de voto em Bolsonaro vinham subindo desde fevereiro. Para Felipe Nunes, diretor da Quaest, “a graça presidencial ao deputado Silveira engajou os setores radicais da campanha, mas afastou o eleitor moderado que vinha se aproximando do presidente”.
Nunes demonstra o argumento com a divisão sobre a rejeição ao perdão entre os eleitores que gostariam que nem-Bolsonaro-nem-Lula vencessem a disputa. “Como os eleitores de Bolsonaro e Lula já estão definidos, é a faixa dos Nem-Um-Nem-Outro que vai decidir a eleição. Entre esses eleitores, 54% reprovam a ação do presidente, contra 17% que aprovam”, diz Nunes. O afastamento dos moderados explica por que caiu o número de eleitores que votaram em Bolsonaro em 2018 que defendem a reeleição. Eram 63% em abril e são 58% hoje. A pesquisa mostra que 18% dos eleitores de Bolsonaro nas eleições passadas pretendem votar em Lula. Perguntados se o perdão ao deputado mudou a possibilidade de voto no presidente, 12% responderam que diminui e 45% que confirmou a intenção de não votar pela reeleição. O levantamento mostrou ainda que a faixa de brasileiros que desconfia das urnas eletrônicas caiu de 29% para 22% desde setembro do ano passado, quando foram organizados protestos pedindo o voto impresso.
De acordo com a pesquisa Genial/Quaest, se a eleição fosse hoje o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva estaria na margem de erro para vencer no primeiro turno. Ele tem 46% das intenções de voto no primeiro turno contra 44% dos adversários somados. No cenário com oito candidatos, Bolsonaro vem em segundo lugar com 29% das intenções de voto, seguido por Ciro Gomes com 7%, João Doria e André Janones com 3%, Simone Tebet e Felipe D’Ávila com 1% e Luciano Bivar com 0%. Lula ganha em quatro regiões do país: Nordeste (62% a 20%), Sudeste (43% a 29%), Norte (40% a 35%) e Sul (36% a 34%), neste último caso dentro da margem de erro de dois pontos percentuais.
Na Região Centro-Oeste, Bolsonaro está com 48% contra 32% de Lula. Entre as mulheres, o ex-presidente fica com 51% dos votos, contra 22% do atual presidente. Na simulação do segundo turno, Lula chega a 54% contra 34% de Bolsonaro. Para 58% dos brasileiros, o atual presidente não merece um segundo mandato, enquanto 44 % acham que Lula não merece voltar ao Palácio do Planalto. A pesquisa também indica que o voto já está cristalizado para 63% dos eleitores. Em 2018, este grau de decisão só aconteceu em setembro.
Em outra pergunta, os entrevistados puderam dizer quem gostariam que vença a eleição: 45% preferem Lula e 29% optam por Bolsonaro. A economia também vem influenciando diretamente na eleição. Ela é o principal problema do país, na avaliação de 50% dos entrevistados. Para 62%, a situação econômica piorou no último ano. Porém, 52% têm expectativa de melhora. Em relação à pandemia, os eleitores acreditam que Bolsonaro mais errou do que acertou, embora 71% considerem positivo o trabalho do SUS. A pesquisa ouviu 2 mil pessoas com mais de 16 anos entre os dias 5 e 8 de maio em entrevistas nas casas dos eleitores nas 27 UFs.
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