O vídeo em que Jair Renan, filho do presidente da República, Jair Bolsonaro, aparece com armas de fogo e menciona a CPI da Covid, repercutiu entre os parlamentares no início da reunião desta terça-feira (21).
Os senadores Rogério Carvalho (PT-SE) e Randolfe Rodrigues (Rede-AP) solicitaram ao presidente da CPI, Omar Aziz (PSD-AM), a investigação a Jair Renan pelo material postado por “crime de ameaça”. "O encaminhamento que faço é que o delegado de polícia ou a delegacia de polícia que estiver à disposição desta Comissão Parlamentar de Inquérito ouça o senhor Jair Renan pelo crime de ameaça", solicitou o senador Randolfe. "Não precisa mandar à Procuradoria-Geral da República (PGR), é uma simples queixa-crime por ameaça, que deve ser feita na delegacia mais próxima, para que o rapaz aí responda", completou o parlamentar.
O senador Rogério Carvalho havia solicitado a investigação pela PGR, mas Randolfe lembrou que Jair Renan não tem foro privilegiado e que a denúncia poderia ser encaminhada ao Ministério Público. "Temos aí a imagem da ameaça perpetrada pelo rapaz contra os membros desta Comissão Parlamentar de Inquérito. Eu requeiro que nós possamos ver as imagens. Eu acho que as imagens falam por si. É muito importante", ressaltou o vice-presidente da CPI, Randolfe Rodrigues após a exibição do vídeo de Jair Renan na Comissão. O vídeo do filho do presidente também foi tema de uma conversa que o senador Omar Aziz teve com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), na manhã desta terça. De acordo com Aziz, o presidente da Casa ficou de tomar providências e está "cem por cento solidário" com os membros da Comissão.
"Conversei com o Presidente Rodrigo Pacheco. Ele pediu pra comunicar aos Srs. Senadores e Senadoras que acompanham a CPI que ele está 100% solidário à CPI, que esse tipo de absurdo não pode acontecer e que ele está, como Presidente do Senado, ele irá tomar todas as providências cabíveis em relação a esse tipo de ameaça que a CPI recebe", disse. A reunião do colegiado foi aberta com mais de uma hora de atraso e o início foi tumultuado entre os senadores.
Além do caso de Jair Renan, os senadores também abordaram o discurso do presidente Bolsonaro na abertura da Assembleia da 76º Assembleia da Organização das Nações Unidas (ONU) e os atos obscenos praticados pelo ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, em Nova York.O relator Renan Calheiros (MDB-AL), reproduziu o vídeo da atitude de Queiroga mostrando os dedos do meio a manifestantes contrários ao governo Bolsonaro nos Estados Unidos. O senador Marcos Rogério (DEM-RO), ficou visivelmente irritado com a atitude do relator da CPI e iniciou uma discussão. Ele chegou a afirmar que a Comissão estava fazendo o Brasil passar vergonha desde o início dos trabalhos. "Aqui está parecendo o Jornal Nacional agora", afirmou.
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