Em entrevista à CBN, o ex-governador do Ceará defendeu a criação de uma chapa para disputar as eleições de 2022 que inclua representantes políticos para além da esquerda.
Ciro disse que aceita se reunir com todo brasileiro para discutir uma aliança para as próximas eleições, mas ressaltou que não pretende ligar para conversar com Lula (Mauro Pimentel/AFP)
O ex-governador do Ceará e ex-ministro Ciro Gomes (PDT) defendeu na manhã desta terça-feira (9) a criação de uma chapa para disputar as eleições presidenciais de 2022 que inclua representantes políticos para além da esquerda. Entretanto, em entrevista à rádio CBN, Ciro disse ter reservas em relação a compor com o PT e com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que teve ontem os direitos políticos restaurados. "O que eu quero dizer é que o Brasil precisa, diante do problema grave que temos, construir um caminho de futuro e, francamente, não vejo o caminho de futuro ser construído com a volta ao passado lulopetista envelhecido, desgastado e inconfiável, e, pior, que tem a característica de fazer o outro lado se reunir também com base no ódio", disse Ciro. "Acabei de comemorar a devolução dos direitos políticos do Lula, porque ele tinha direito a isso.
A vida inteira lutei, mas, se sob o ponto de vista jurídico ele tem esses direitos, politicamente, ele faz parte grave do problema brasileiro", completou o ex-ministro. Ciro disse que aceita se reunir com todo brasileiro para discutir uma aliança para as próximas eleições, mas ressaltou que não pretende ligar para conversar com Lula. Segundo o ex-ministro, a participação do PT no pleito de 2022 contribui para a polarização da disputa. "Já disse e quero repetir que o Brasil não cabe na esquerda. A esquerda tem seu valor, mas o Brasil é um Estado muito mais complexo, difícil e heterogêneo", afirmou. "Entretanto, para ser muito franco, o comportamento do lulopetismo é parte central do problema, o que volto a dizer, não elimina a possibilidade de diálogo", completou Ciro.
O ex-ministro também reforçou a necessidade de se aguardar as próximas etapas do julgamento do ex-presidente, que deverão determinar se foram corretas ou não as decisões da vara de Curitiba. "A petezada está toda soltando foguetes e abrindo champagne, mas isso é uma coisa apressada. Precisamos deixar o tempo amadurecer", reforçou Ciro.
Agência Estado/Dom Total///