Verão deve ser marcado pelas temperaturas elevadas
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O verão no hemisfério sul começou às 7h02 desta segunda-feira (21) e deve ser marcado pelas temperaturas elevadas – mas com baixa probabilidade de chegar a níveis recordes. A estação também vem acompanhada de rápidas mudanças nas condições do tempo, com possibilidade de chuvas fortes, queda de granizo e ventos de moderado a forte em grande parte do país. De acordo com prognóstico climático divulgado na sexta-feira (18) pelo Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia), nesta estação as chuvas são frequentes em praticamente todo o país, “com exceção do extremo sul do Rio Grande do Sul, nordeste de Roraima e leste do Nordeste”. Além disso, de acordo com as médias históricas, os maiores volumes de precipitação devem ser registrados nas regiões Norte e Centro-Oeste, com entre 700 e 1.100 mm. “Devido às suas características climáticas, com grandes volumes de precipitação, o verão no Brasil tem singular importância para atividades econômicas como a agropecuária, a geração de energia por meio das hidrelétricas, e para a reposição hídrica e manutenção dos reservatórios de abastecimento de água em níveis satisfatórios”, destacou o relatório do Inmet. O meteorologista do Inmet Mozar de Araújo Salvador afirmou que uma das regiões que mais preocupam é a Sul, que passou por um período de estiagem nos últimos meses.
“De forma geral, parte do Sul, principalmente no extremo do Rio Grande do Sul e em Santa Catarina podem ficar com chuvas abaixo da média. Não quer dizer que durante toda a estação seja assim, mas espera-se irregularidade na maior parte do tempo”, disse. Por outro lado, ele disse que são esperadas chuvas acima da média na maior parte da região Norte, com casos pontuais extremos. Em relação às temperaturas, Salvador afirmou que as projeções apontam para valores dentro ou levemente acima média, com variação entre 25ºC e 36ºC, com as regiões mais ao norte e próximas da Linha do Equador se mantendo facilmente acima dos 30ºC. “A tendência, quando falamos em acima da média, é até 1,5ºC acima da média histórica. Mas se for pensar nas temperaturas diárias, aí as variações são bem maiores”, detalhou. Efeito do La Niña Em relação ao La Niña – fenômeno que, oposto ao El Niño, consiste na diminuição da temperatura da superfície das águas do oceano –, os modelos de previsão utilizados pelo Inmet indicam probabilidade de 90% de que se mantenha durante o verão antes de reduzir gradativamente e atingir sua neutralidade.
Atualmente as anomalias do La Ninã no oceano são da ordem de -1,2°C, o que define o fenômeno como de intensidade moderada em uma escala que vai de fraca a forte. “De certa forma, o La Ninã já interfere na atmosfera. Claro que ele, por si só, não é suficiente para definir a temperatura do Brasil ou do planeta, mas especificamente favorece as condições polarizadas”, explicou Salvador. Projeção de chuvas mês a mês O instituto de meteorologia Climatempo fez projeções do que esperar em termos de chuvas para cada um dos meses do verão. Para janeiro, que tem médias de chuvas elevadas em quase todo o país, a previsão é de chuvas acima da média no Rio Grande do Sul, no sul e leste de Mato Grosso do Sul, em São Paulo, no Rio De Janeiro, no Triângulo Mineiro e no Sul de Minas Gerais.
Já a região Nordeste, o Tocantins, Rondônia, Acre, Mato Grosso, Goiás, a região do Distrito Federal e também Santa Catarina e Paraná devem ter um janeiro com menos chuva do que o normal. Em fevereiro, a chuva deve ficar dentro da média em praticamente toda a região Sul, além de Rondônia, oeste e sul de Mato Grosso, no sul de Goiás, em todo o centro-norte e leste de Minas Gerais. O sul gaúcho poderá ter deficiência de chuva neste mês. O mesmo deve acontecer no centro-norte e leste de Mato Grosso, em quase todas as áreas de Goiás, no Distrito Federal, no Pará, no Tocantins e em todo o Nordeste. Já o sul e leste de Mato Grosso do Sul, São Paulo, Rio de Janeiro, Triângulo Mineiro e Sul de Minas Gerais são áreas onde deve chover mais do que a média. A chuva deve ficar acima do normal no Amazonas, em Roraima, no oeste do Pará e no Amapá. Por fim, “a chuva de março de 2021 deverá surpreender em grande parte do país, pela quantidade volumosa em algumas áreas e pela grande deficiência em outras”, afirmou a Climatempo.
O índice deve ficar muito abaixo da média em Macapá, Belém, Maranhão, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte e Paraíba. Também deve chover menos do que a média em Minas Gerais, no Espírito Santo, no Rio de Janeiro, em Goiás, no Distrito Federal e no centro-sul do Tocantins. Na região do sul do Amazonas, Acre, Rondônia, em praticamente todo o Mato Grosso, no sul de Goiás, em quase todo o estado de São Paulo, na maioria das áreas do Rio Grande do Sul e no centro-leste de Santa Catarina, a chuva deve ficar dentro dos valores médios. No leste do Rio Grande do Sul, no sul e leste de Santa Catarina, no Paraná, no oeste de São Paulo, em Mato Grosso do Sul, no centro-norte do Amazonas, em Roraima e no centro-norte do Amapá terá mais chuva do que o normal para o mês.
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