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Irritado com ação do STF contra aliados, Bolsonaro fala que vai tomar ‘medidas legais’

Justiça determinou quebra de sigilo de 11 deputados e um senador suspeitos de atos antidemocráticos, provocando fúria dos bolsonaristas.

 

Bolsonaro decidiu romper o silêncio, no entanto, após ser muito cobrado nas redes sociais. (Marcello Casal JrAgência Brasil)

 

 

Pressionado por seus apoiadores a se manifestar sobre operação da Polícia Federal, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) quebrou o silêncio na noite desta terça-feira, falou em "abusos" e disse que tomará todas as medidas legais para proteger a Constituição. Em tom de retruque ao Supremo Tribunal Federal (STF), ele frisou que não pode “fingir naturalidade" diante do que está acontecendo. Sem citar os mandados de busca e apreensão que atingiram seus aliados, Bolsonaro não deixou dúvidas sobre o destinatário de suas críticas nesse momento de tensão. “Luto para fazer a minha parte, mas não posso assistir calado enquanto direitos são violados e ideias são perseguidas”, escreveu o presidente nas redes sociais. “Por isso, tomarei todas as medidas legais possíveis para proteger a Constituição e a liberdade dos brasileiros”. Bolsonaro afirmou que o histórico de seu governo “prova” que ele sempre esteve ao lado da democracia e da Constituição.

“Os abusos presenciados por todos nas últimas semanas foram recebidos pelo governo com a mesma cautela de sempre, cobrando, com o simples poder da palavra, o respeito e a harmonia entre os poderes. Essa tem sido nossa postura, mesmo diante de ataques concretos”, acrescentou o presidente. Ele havia orientado pessoas próximas a evitar manifestações públicas sobre a Operação Lume da Polícia Federal, que investiga seus aliados no âmbito do inquérito sobre os atos antidemocráticos. A pedido da Procuradoria-Geral da República, o ministro do STF Alexandre de Moraes, determinou a quebra de sigilo bancário de dez deputados federais e um senador bolsonaristas.

Moraes também é relator do inquérito das fake news. Bolsonaro decidiu romper o silêncio, no entanto, após ser muito cobrado nas redes sociais. “Só pode haver democracia onde o povo é respeitado, onde os governados escolhem quem irá governá-los e onde as liberdades fundamentais são protegidas. É o povo que legitima as instituições, e não o contrário. Isso, sim, é democracia ”, disse ele. Sempre argumentando que quer, acima de tudo, preservar a democracia, Bolsonaro mencionou “abusos” que teriam sido cometidos contra o governo. “E fingir naturalidade diante de tudo o que está acontecendo só contribuiria para a sua completa destruição. Nada é mais autoritário do que atentar contra a liberdade de seu próprio povo”, insistiu.

Bolsonaro disse que não houve por parte do governo, até agora, nenhuma medida que demonstrasse apreço ao autoritarismo. “Vale lembrar que há décadas o conservadorismo foi abolido de nossa política, e as pessoas que se identificam com esses valores viviam sob governos socialistas que entregaram o país à violência e à corrupção, feriram nossa democracia e destruíram nossa identidade nacional”, escreveu. “Suportamos a todos esses abusos sem desrespeitar nenhuma regra democrática, até mesmo quando um militante de esquerda, ex-membro de um partido da oposição, tentou me assassinar para impedir nossa vitória nas eleições, num atentado que foi assistido pelo mundo inteiro”. Nesta quarta-feira, 17, o plenário do Supremo retoma o julgamento que decidirá o futuro do inquérito das fake news, já que a Procuradoria Geral da República pediu a suspensão temporária das investigações. A tendência, porém, é pela continuidade das apurações, que têm fechado o cerco ao "gabinete do ódio" instalado no Palácio do Planalto.

 

 

Agência Estado/dom total///