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Sem ação do presidente, governadores anunciam medidas contra o Covid-19

Enquanto Bolsonaro não leva pandemia a sério, líderes estaduais se movimentam contra o coronavírus.

 

Governadores levam questão com a seriedade que ela merece; presidente fala em ‘superdimensionamento’ (Arquivo Agência Minas) Governadores de todas as regiões do Brasil estão anunciando nesta segunda-feira (16) medidas para impedir o alastramento rápido das infecções por coronavírus, que são, até o momento, 200 no país. Governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB) disse em sua conta no Twitter que o estado suspendeu as aulas da rede pública de ensino por duas semanas, a partir da próxima quinta-feira (19), e fez a ressalva de que a suspensão pode ser estendida. Servidores idosos, gestantes e portadores de doenças crônicas farão home office no Rio Grande do Sul. Leite também anunciou o cancelamento de eventos capazes de reunir mais do que 100 pessoas e disse que vai se reunir com empresários para discutir alteração nas jornadas de trabalho, além de ter enviado um projeto de lei "para contratações emergenciais de servidores da área da saúde".

Em Minas Gerais, o governador Romeu Zema (NOVO) suspendeu todos os eventos com mais de 100 pessoas e também as aulas na rede pública de ensino do estado. A alteração de jornada foi imposta aos servidores estaduais do Tocantins, informou nas redes sociais o governador do estado, Mauro Carlesse (DEM). A partir desta terça-feira (17), funcionários do estado trabalharão das 8 horas às 14 horas.

Governador do estado com maior número de casos confirmados de coronavírus até o momento, João Doria (PSDB-SP) suspendeu as aulas nas redes pública e particular de ensino "como ação preventiva ao combate do coronavírus". Além disso, a partir da terça, funcionários com mais de 60 deverão trabalhar de casa. Serão fechados museus, bibliotecas, teatros e centros culturais por até 30 dias. O governador recomendou ao setor privado de entretenimento que seus estabelecimentos, como teatros e cinemas fiquem fechados por 30 dias.

No Maranhão, o governador Flávio Dino (PCdoB) publicou um decreto suspendendo todos os eventos organizados pelo poder público e por particulares que exijam licença do Corpo de Bombeiros. No decreto, Dino estabelece que restaurantes "deverão assegurar distância mínima de dois metros entre as mesas". O governador cobrou, no Twitter, que o "o governo federal adote medidas contra o descontrole cambial", uma vez que a alta do dólar tem impacto nos custos da saúde.

O governador de Goiás, Ronaldo Caiado (DEM), que, no domingo, 15 foi vaiado por manifestantes bolsonaristas ao pedir a dispersão dos que estavam nos protestos, tuitou que visitas a presídios e centros de detenção para menores infratores estão suspensas por 15 dias.

Bolsonaro

Enquanto isso, na contramão de líderes mundiais, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) defendeu as manifestações desse domingo (15), quando ele mesmo se juntou a uma multidão em frente ao Palácio do Planalto, mesmo com o pano de fundo do surto do coronavírus. Bolsonaro afirmou nesta segunda-feira (16) que é um “direito” apertar as mãos de apoiadores e que, caso tenha sido infectado com o novo coronavírus por esse motivo, a “responsabilidade” é dele. “Ninguém tem nada a ver com isso”, declarou. "Se eu me contaminei, tá certo? Olha, isso é responsabilidade minha, ninguém tem nada a ver com isso”, disse Bolsonaro. Durante a entrevista, ele repetiu o que considera exageros no tratamento ao combate ao novo coronavírus, mesmo com a Organização Mundial de Saúde (OMS) declarando que há uma pandemia no mundo. "Não vamos superdimensionar essa questão. Não pode algumas autoridades começar a proibir isso ou aquilo", declarou. “Existe o perigo, mas está havendo um superdimensionamento nesta questão. Nós não podemos parar a economia. E eu tenho que dar o exemplo em todos os momentos. E fui, realmente, apertei a mão de muita gente em frente ao Palácio, aqui na Presidência da República, para demonstrar que estou com o povo. O povo foi nas ruas, você tem que respeitar a vontade popular. Mesmo que o povo erre, você tem que respeitar a vontade popular. Isso é democracia”, declarou.

 

 

Agência Estado/Dom Total///