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Queda brusca no preço do petróleo derrete as bolsas globais

No Brasil, ações da Petrobras despencam e puxam Ibovespa a maior recuo em 22 anos.

 

Mercado Financeiro / 23:40 – 9 de mar de 2020

 

 

 

Em um dia de pânico no mercado financeiro global, o dólar aproximou-se de R$ 4,80, mesmo com o Banco Central (BC) vendendo a moeda das reservas internacionais. A bolsa de valores brasilei-ra, a B3, caiu 12%, chegando a ter os negócios interrompidos durante a manhã. O índice Ibovespa fechou o dia com recuo de 12,17%, aos 86.067 pontos, retornando aos níveis de dezembro de 2018. Essa foi a maior queda para um único dia desde setembro de 1998, quando a Rússia declarou moratória. O dólar comercial encerrou a segunda-feira vendido a R$ 4,726, com alta de 1,97%, R$ 0,091, no maior valor nominal desde a criação do real.

Pela manhã, a B3 chegou a ter as negociações interrompidas por 30 minutos porque o Ibovespa tinha caído mais de 10%. Esse é o chamado circuit breaker, mecanismo acionado quando o índice cai mais que determinado nível. Os mercados de todo o planeta, que nas últimas semanas têm atravessado momentos de instabilidade por causa dos receios de uma recessão global provocada pelo coronavírus, enfrentaram um dia de pânico com a disputa de preços entre Arábia Saudita e Rússia em torno do petróleo. O aumento de produção num cenário de queda mundial de demanda por causa do coronavírus fez a cotação do barril de petróleo iniciar o dia com queda de mais de 30%. Por volta das 18h, o barril do tipo Brent era vendido a US$ 33,41, com queda de 26,2%.

Essa foi a maior queda no preço internacional para um dia desde a Guerra do Golfo, em janeiro de 1991. As ações da Petrobras, maior empresa brasileira capitalizada na bolsa, desabaram. Os papéis ordinários (com direito a voto em assembleia de acionistas) da companhia fecharam o dia com queda de 29,68%. Os papéis preferenciais (que dão preferência na distribuição de dividendos) caíram 29,7%. Nas bolsas mundiais, o estrago também foi grande. O índice Dow Jones caiu mais de 8% em Nova York, fechando o pregão em baixa de 7,79%. A queda foi recorde, de mais de 2000 pontos. Ultra-passou o tombo da crise de 2008, quando chegou a 7,9%. As ações europeias terminaram em uma mínima de oito meses nesta segunda-feira. O índice FTSEurofirst 300 caiu 7,59%, a 1.324 pontos, enquanto o índice pan-europeu STOXX 600 perdeu 7,44%, a 340 pontos, pior dia desde a crise financeira de 2008 e 2009. Em Londres, o índice Financial Times recuou 7,69%, a 5.965 pontos. Em Frankfurt, o índice DAX caiu 7,94%, a 10.625 pontos.

Em Paris, o índice CAC-40 perdeu 8,39%, a 4.707 pontos. Em Milão, o índice Ftse/Mib teve desvalorização de 1,17%, a 18.475 pontos. Em Madri, o índice Ibex-35 registrou baixa de 7,96%, a 7.708 pontos. Em Lisboa, o índice PSI20 desvalorizou-se 8,66%, a 4.266 pontos. Em entrevista exclusiva ao MM, o professor de finanças Carlos Heitor Campani, do Instituto Coppead de Administração da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) diz que a situação do Brasil foi agravada pela altíssima instabilidade com a questão política e econômica.

 

 

/Monitor Mercantil///