Os dados são da SIS (Síntese de Indicadores Sociais), divulgada pelo IBGE. (Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil)
Em 2018, o Brasil tinha 13,5 milhões de pessoas com renda mensal per capta inferior a R$ 145, ou U$S 1,9 por dia, critério adotado pelo Banco Mundial para identificar a condição de extrema pobreza. Esse número é equivalente à população da Bolívia, Bélgica, Cuba, Grécia e Portugal. Embora o percentual tenha ficado estável em relação a 2017, subiu de 5,8%, em 2012, para 6,5%, em 2018 – um recorde em sete anos.
Os dados são da SIS (Síntese de Indicadores Sociais), divulgada nesta quarta-feira (06) pelo IBGE. O gerente do estudo, André Simões, ressalta que são necessárias políticas públicas para combater a extrema pobreza, pois ela atinge um grupo mais vulnerável e com menos condições de ingressar no mercado de trabalho.
“Esse grupo necessita de cuidados maiores, que seriam, por exemplo, políticas públicas de transferência de renda e de dinamização do mercado de trabalho. É fundamental que as pessoas tenham acesso aos programas sociais e que tenham condições de se inserir no mercado de trabalho para terem acesso a uma renda que as tirem da situação de extrema pobreza”, reforçou Simões.
A Síntese de Indicadores Sociais também apontou que, embora 1 milhão de pessoas tenham deixado a linha de pobreza – rendimento diário inferior a US$ 5,5, medida adotada pelo Banco Mundial para identificar a pobreza em países em desenvolvimento como o Brasil –, um quarto da população brasileira, ou 52,5 milhões de pessoas, ainda vivia com menos de R$ 420 per capta por mês. O índice caiu de 26,5%, em 2017, para 25,3%, em 2018, porém, o percentual está longe do alcançado em 2014, o melhor ano da série, que registrou 22,8%.
“Em 2012, foi registrado o maior nível da série para a pobreza, 26,5%, seguido de queda de 4 pontos percentuais em 2014. A partir de 2015, com a crise econômica e política e a redução do mercado de trabalho, os percentuais de pobreza passaram a subir com pequena queda em 2018, que não chega a ser uma mudança de tendência”, avalia o analista do IBGE Pedro Rocha de Moraes.
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